Economia

Presidente não falou que não ia adiar reajuste, diz Guardia

Presidente não falou que não ia adiar reajuste, diz Guardia Presidente não falou que não ia adiar reajuste, diz Guardia Presidente não falou que não ia adiar reajuste, diz Guardia Presidente não falou que não ia adiar reajuste, diz Guardia

Apesar de o presidente da República, Michel Temer, ter dito na quarta-feira, 29, ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e ao jornal O Estado de S. Paulo que não editaria uma medida provisória adiando o reajuste dos servidores de 2019 – e ter hoje voltado atrás – o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse nesta sexta-feira, 31, que o comentário do presidente foi feito em relação ao reajuste do Judiciário e que, naquele momento, havia uma discussão jurídica dentro do governo sobre o assunto.

Em seguida, Guardia afirmou que as discussões no governo têm “idas e vindas”. “O presidente não falou que não ia adiar reajuste, o comentário foi em relação ao reajuste do Judiciário. Ele comentou que vínhamos discutindo o adiamento do reajuste dos servidores”, afirmou. “As discussões no governo têm idas e vindas, não são simples. Quero enfatizar o compromisso do presidente com o que foi feito, a decisão foi do presidente e o custo político foi feito.”

Em entrevista ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na quarta-feira, Temer disse que manteria o reajuste. “Não farei mais uma medida provisória para adiar o reajuste, porque só teria alcance sobre os servidores do Executivo. O aumento no Legislativo e no Judiciário ocorreria de qualquer jeito”, afirmou o presidente.

Segundo o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, naquele momento, havia uma discussão sobre se o governo poderia já remanejar no projeto de Lei Orçamentária de 2019 os R$ 6,9 bilhões que serão economizados com o adiamento do reajuste por medida provisória. Ficou decidido, então, que o montante não seria remanejado, mas que o adiamento do aumento ocorrerá e que o presidente enviará MP nesse sentido.

Para Guardia, isso foi uma maneira “adequada e conservadora” encontrada pelo governo para adiar o reajuste.

No ano passado, o governo tentou adiar o reajuste dos servidores previsto para este ano, mas a medida provisória enviada na época foi alvo de liminar. “Havia uma discussão dentro do governo sobre qual era o melhor momento para enviar a MP”, completou Colnago.

Explicação

O ministro da Fazenda não explicou quais reajustes deixaram de ser considerados pelo governo na Medida Provisória que pede o adiamento dos aumentos dos salários dos servidores para 2020.

O impacto previsto originalmente era de uma economia de R$ 6,9 bilhões em 2019, mas o efeito agora será de R$ 4,7 bilhões, com a exclusão de R$ 2,2 bilhões em reajustes em benefícios que não chegaram a ser regulamentados.

“Não vamos falar de reajustes considerados nos R$ 2,2 bilhões. São reajustes que foram cogitados, mas não foram aprovados”, limitou-se a dizer Guardia.