Economia

Privatização da Petrobras foi rejeitada em quatro eleições, diz FUP

Privatização da Petrobras foi rejeitada em quatro eleições, diz FUP Privatização da Petrobras foi rejeitada em quatro eleições, diz FUP Privatização da Petrobras foi rejeitada em quatro eleições, diz FUP Privatização da Petrobras foi rejeitada em quatro eleições, diz FUP

Rio – O diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) João Antonio de Moraes considerou uma “ideia maluca” a de que a Petrobras, em algum momento, será privatizada, como sugeriu o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em um programa de entrevistas na segunda-feira.

Perguntado no programa Roda Viva, da TV Cultura, por que a Petrobras não seguia o mesmo destino da Eletrobras – cujo processo de privatização já foi iniciada – Coelho Filho respondeu: “Eu acho que isso vai acontecer. É um caminho.”

Apesar de não estar nos planos do atual governo privatizar a empresa, como foi confirmado ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) pelo secretario de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do MME, Marcio Felix, a frase bastou para esquentar ainda mais os ânimos dos sindicatos ligados à estatal, e que nesta terça-feira, 3, participam de um protesto nas ruas do Centro do Rio contra a privatização da Eletrobras e da Casa da Moeda.

De acordo com o diretor da FUP, a privatização da Petrobras foi derrotada nas últimas quatro eleições, e o protesto desta terça tem por objetivo chamar a atenção para isso. “O povo está reagindo no Rio de Janeiro, nas últimas quatro eleições o que ganhou as urnas foi não privatizar”, disse ao Broadcast durante a passeata de protesto contra as privatizações, que tomou o Centro do Rio nesta terça-feira. Segundo Moraes, cerca de 20 mil pessoas acompanhavam o protesto.

Mais cedo, o diretor do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Antônio Guimarães, minimizou a fala do ministro e disse ainda não ter parado para avaliar o assunto. Ele destacou, no entanto, que antes da discussão sobre a privatização da Petrobras, outros pontos deveriam ser revistos pelo governo. “Acho que a gente poderia fazer outras coisas antes disso (privatização), que criaria valor para o Brasil. Por exemplo, eliminar o polígono do pré-sal”, disse, referindo-se ao desenho geográfico onde estão localizados ativos do porte de Libra, único campo do pré-sal vendido até hoje pelo governo, em 2010, mas sob o regime de Partilha (pagamento em óleo ao governo).

Guimarães defende que as áreas passem a ser vendidas sob regime de concessão, como ocorreu na 14ª Rodada de Licitações de Áreas de Petróleo e Gás Natural, na semana passada, e que atraiu investidores. “Você tira o polígono do pré-sal e vende a área como bloco de concessão, isso seria muito mais simples do que discutir a privatização da Petrobras. Você viu o sucesso que foi a 14ª, porque tinha campos da “franja” do pré-sal sob o regime de concessão”, explicou, referindo-se aos reservatórios ofertados no leilão e que possivelmente terão descobertas no pré-sal.