Economia

Projeto tem objetivo de instituir novo marco legal no mercado de câmbio, diz BC

De acordo com o BC, caso o projeto seja aprovado, ele permitirá a melhoria do ambiente de negócios no País

Projeto tem objetivo de instituir novo marco legal no mercado de câmbio, diz BC Projeto tem objetivo de instituir novo marco legal no mercado de câmbio, diz BC Projeto tem objetivo de instituir novo marco legal no mercado de câmbio, diz BC Projeto tem objetivo de instituir novo marco legal no mercado de câmbio, diz BC
Foto: Divulgação / Pexel

O Banco Central afirmou nesta segunda-feira, 7, por meio de nota, que o projeto de lei para modernização do mercado de câmbio, encaminhado nesta pela Presidência da República ao Congresso, “tem por objetivo instituir um novo marco legal, mais moderno, mais conciso e juridicamente seguro para o mercado de câmbio e de capitais estrangeiros no Brasil e brasileiros no exterior”.

De acordo com o BC, caso o projeto seja aprovado, ele permitirá a melhoria do ambiente de negócios no País, “trazendo simplificação e agilidade para todos os que lidam com operações internacionais”.

“O PL também permitirá que modelos de negócios inovadores possam ser implantados com segurança jurídica, aumentando a competição e propiciando a oferta de serviços mais eficientes para o mercado de câmbio e para operações relacionadas aos capitais estrangeiros”, acrescentou o BC na nota.

O projeto foi encaminhado nesta segunda-feira à Câmara dos Deputados por meio de Mensagem nº 483, do presidente da República, Jair Bolsonaro.

De acordo com o BC, a proposta “está em linha com as melhores práticas internacionais e sua implantação é uma etapa fundamental para viabilizar a conversibilidade do real”.

Pessoa física e jurídica

O projeto de modernização do mercado de câmbio abre a porta para que a autoridade monetária expanda nos próximos anos a possibilidade de que empresas e famílias mantenham contas em dólares no País. De acordo com a exposição de motivos do projeto, a intenção do BC é de que isso ocorra “gradualmente e com segurança”.

O BC alega que a abertura de contas em moeda estrangeira é permitida a pessoas físicas e jurídicas em economias avançadas e nos principais países emergentes.

No Brasil, atualmente só podem constituir contas em moedas internacionais – dólares, euros, ienes, etc – segmentos específicos, como agentes autorizados a operar em câmbio, emissores de cartões de crédito de uso internacional, sociedades seguradoras e prestadores de serviços turísticos.

“Cabe ressaltar, no entanto que, uma vez autorizado pelo Congresso Nacional, mediante a aprovação desse projeto de lei, essa permissão para ampliar o leque de contas em moeda estrangeira no Brasil será conduzida de forma gradual e prudente, alinhada ao processo de aprofundamento dos fundamentos macroeconômicos e financeiros da economia brasileira”, destacou o BC no documento.

A intenção de modernizar o mercado de câmbio e autorizar abertura de contas em moeda estrangeira foi revelada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, ainda em 29 de maio deste ano. Na ocasião, ele disse esperar que a transição para o novo modelo ocorresse “nos próximos dois ou três anos”.

Empresas no mercado internacional

O Banco Central afirmou, por meio de nota, que as empresas do comércio exterior serão um dos segmentos mais beneficiados pelo projeto de lei que modernizarão o mercado de câmbio brasileiro. Conforme o BC, “um dos objetivos principais desse projeto é fomentar a maior inserção das empresas brasileiras no mercado internacional”.

De acordo com o BC, o projeto de lei “vai permitir eliminar, com segurança, o excesso de burocracia hoje em vigor no processo de contratação de câmbio para importação e exportação, eliminar restrições dos exportadores no uso de suas receitas mantidos em sua conta no exterior e também facilitar a maior integração dessas empresas nas cadeias globais”.

A autarquia afirmou ainda, na nota, que “ao permitir que novos modelos de negócio venham a atuar com aderência à regulação, espera-se maior concorrência e maior eficiência do mercado, o que deve beneficiar especialmente as pessoas com pequenos valores a receber ou a enviar para o exterior e que pagam as despesas referentes às operações de câmbio”.

O BC afirmou ainda que o projeto de lei permite flexibilizar “a necessidade de registro de operações de crédito externo para operações de baixos valores, como acontece até em empréstimos dentro de famílias envolvendo residentes e não residentes”. “Finalmente, o PL deverá facilitar a participação de investidores estrangeiros nos mercados financeiro e de capitais, ao tornar mais eficiente o processo de registros no Banco Central”, acrescentou a instituição na nota.

Estrangeiro no mercado nacional

O Banco Central defendeu, no projeto de lei que estabelece novo marco legal para o mercado de câmbio, que a nova lei vai permitir, pelo lado do investidor, “avançar em ganhos de eficiência no acesso de investidores estrangeiros ao mercado nacional, independentemente de sua nacionalidade ou do seu tamanho, fortalecendo a atratividade do País, tanto para investimento no mercado financeiro e de capitais como para investimento direto, inclusive investimentos de longo prazo e em projetos de infraestrutura e de concessões”.

Os comentários constam da exposição de motivos do projeto, que foi enviado ao Congresso Nacional. A exposição de motivos foi assinada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto.

No documento, o BC afirma ainda que “os investidores brasileiros que atuam no mercado internacional poderão beneficiar-se do novo ambiente regulatório, com menor burocracia e maior simplificação”.