Economia

Proposta de teto para gastos pode se arrastar no Congresso

A primeira etapa de tramitação da PEC é a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que deverá se concentrar nos próximos dias na discussão em torno do recurso de Cunha

Proposta de teto para gastos pode se arrastar no Congresso Proposta de teto para gastos pode se arrastar no Congresso Proposta de teto para gastos pode se arrastar no Congresso Proposta de teto para gastos pode se arrastar no Congresso
A PEC poderá ter a votação arrastada no Congresso  Foto: Divulgação

Brasília – Embora tenha sido bem recebida por lideranças da base aliada do governo, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos do governo à inflação do ano anterior poderá ter a votação arrastada no Congresso Nacional.

A primeira etapa de tramitação da PEC é a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que deverá se concentrar nos próximos dias na discussão em torno do recurso apresentado pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contra a decisão do Conselho de Ética de pedir sua cassação.

A votação do recurso do peemedebista tranca a pauta da comissão. Assessores técnicos da Câmara afirmam, contudo, que a presidência da Casa tem mecanismos para evitar possíveis atrasos votando a admissibilidade da matéria diretamente no plenário. Para isso, seria necessário inicialmente um acordo entre as lideranças partidárias.

No Senado

Outro foco de dor de cabeça para o Palácio do Planalto, que defende uma discussão célere da PEC, é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador, na véspera da apresentação da proposta, chegou a defender que ela fosse discutida pelo Congresso somente após a conclusão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, previsto para ocorrer em agosto.

Em outra sinalização contrária às intenções do governo Temer, Renan tornou a dizer nesta quarta-feira, 15, que matérias como a que prevê o teto dos gastos públicos não deveriam ser votadas em um “governo transitório”. “Essas mudanças fundamentais, que significam o aprofundamento do ajuste, deveriam ficar para depois do processo de impeachment”, afirmou Renan.

Para o líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), a conclusão da votação da matéria deve ocorrer somente no final deste ano. “Ainda temos 40 sessões para a PEC tramitar. Não dá para dizer se vai ser aprovada antes ou depois de agosto até porque estamos já no mês de junho. Acho que essa matéria vai tramitar até o final do ano”, ressaltou o senador, após participar da apresentação da proposta realizada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no Palácio do Planalto.

Além dos possíveis entraves na tramitação, a PEC também deve sofrer alterações ao longo das discussões no Congresso. Entre os pontos que podem ser modificados está o prazo de 20 anos de vigência do teto estabelecido por Meirelles. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.