Economia

Prorrogação de auxílio justifica aumento em projeção de déficit, diz secretário

Equipe econômica traz a tona uma série de ponderações a respeito da prorrogação do auxílio; as estimativas apontam prejuízos

Prorrogação de auxílio justifica aumento em projeção de déficit, diz secretário Prorrogação de auxílio justifica aumento em projeção de déficit, diz secretário Prorrogação de auxílio justifica aumento em projeção de déficit, diz secretário Prorrogação de auxílio justifica aumento em projeção de déficit, diz secretário
Foto: Reprodução

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, explicou nesta sexta-feira (4) que a prorrogação do auxílio emergencial até o fim do ano justifica aumento em projeção de déficit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, INSS e Banco Central) em 2020.

“As estimativas vão e voltam, ainda há muita incerteza, mas aguardamos um número definitivo do auxílio emergencial residual para darmos a máxima transparência com o dado mais recente possível”, respondeu o secretário.

O Ministério da Economia piorou nesta sexta-feira suas projeções e estima agora um déficit do setor público consolidado de R$ 891,1 bilhões em 2020 (12,4% do PIB). A última previsão era de um déficit de 11,3% do PIB.

Para o Governo Central, a estimativa é de déficit de 866,4 bilhões em 2020 (12,1% do PIB). Antes, a previsão era de 11% do PIB.

Os dois casos consideram um recuo de 4,7% no PIB deste ano, conforme a previsão da Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta. “Se estimativa do PIB melhorar, projeção de déficit diminui”, completou Waldery.

Gastos emergenciais

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia avaliou que as projeções do governo para os gastos emergenciais de enfrentamento a pandemia de covid-19 pouco devem se alterar até o fim deste ano. A pasta informou que a estimativa de impacto primário dessas medidas neste ano chega a R$ 605 bilhões, sendo R$ 20,6 bilhões pelo lado das receitas e R$ 584, 3 bilhões pelo lado das despesas.

Ele lembrou que esses gastos fazem parte do chamado “orçamento de guerra”, aprovado pelo Congresso Nacional. O pagamento do auxílio emergencial entre abril e dezembro deste ano representa a maior despesas primária relacionada à pandemia do novo coronavírus, chegando a R$ 321,8 bilhões, já considerando os novos pagamentos de R$ 300 até o fim do ano.

“O auxílio emergencial custa quase três vezes o total da despesa discricionária de 2020. Não existe política social sólida sem fiscal robusto. Por isso essas políticas têm que andar juntas”, avaliou Waldery, que reforçou o compromisso do governo em cumprir o teto de gastos.

Transferências para Estados

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia destacou que as medida de suporte da União a Estados e municípios somam R$ 190,6 bilhões no contexto do enfrentamento à pandemia de covid-19.

Segundo ele, apenas a parte dos Estados nos repasses diretos de R$ 60,2 bilhões aos governos regionais já teria superado em 7% a perda de ICMS dos Estados durante a crise. “A ajuda da União possibilitou a preservação das contas dos governos regionais durante o enfrentamento da pandemia de covid-19”, acrescentou.

Waldery citou ainda a suspensão de R$ 35,3 bilhões em pagamentos de parcelas das dívidas de Estados e municípios com o governo federal. “É um custo grande para a União, mas entendemos que era necessário que a União desse esse passo”, completou.