Economia

Queda da taxa de desocupação foi resultado de aumento na ocupação, diz IBGE

Queda da taxa de desocupação foi resultado de aumento na ocupação, diz IBGE Queda da taxa de desocupação foi resultado de aumento na ocupação, diz IBGE Queda da taxa de desocupação foi resultado de aumento na ocupação, diz IBGE Queda da taxa de desocupação foi resultado de aumento na ocupação, diz IBGE

A taxa de desemprego recuou em agosto devido a uma expressiva geração de vagas, mas a qualidade do emprego ainda é insatisfatória, avaliou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desocupação no País passou de 12,7% no trimestre encerrado em maio para 12,1% no trimestre terminado em agosto. Foram criados 1,195 milhão de postos de trabalho no período, enquanto o total de desempregados encolheu em 529 mil pessoas, dessa vez sem a ajuda da fuga para o desalento. O total de desalentados diminuiu em 21 mil pessoas no trimestre.

“Há uma queda expressiva da taxa de desocupação. A taxa cai por conta do aumento da ocupação, consequentemente reduz o numero de pessoas procurando trabalho. É um ponto positivo. A taxa de desocupação reduz, e isso não tem efeito de aumento do desalento”, observou Azeredo.

O pesquisador pondera que o desalento ainda influencia o resultado na comparação anual, com 555 mil pessoas a mais nessa condição. Além do desalento, em relação ao trimestre encerrado em agosto de 2017, também há 548 mil pessoas a mais trabalhando menos horas do que gostariam. A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas alcançou o recorde de 6,711 milhões no trimestre até agosto de 2018.

Segundo Azeredo, o nível de ocupação – que mostra a proporção de pessoas ocupadas dentro do total de brasileiros em idade de trabalhar – mostra que a geração de vagas aumentou apenas o suficiente para absorver o crescimento demográfico no período. O nível da ocupação passou de 54,0% no trimestre até agosto de 2017 para 54,1% no trimestre até agosto de 2018. Em um ano, o País abriu 1,020 milhão de postos de trabalho, sendo 435 mil deles sem carteira assinada no setor privado.

Para Azeredo, a situação no mercado de trabalho é desfavorável, com alta na informalidade, mas ainda é melhor que aumento no desemprego. “Prefiro estar na informalidade do que no desemprego. Pelo menos estou trabalhando, estou fazendo renda. É uma situação desfavorável, mas é melhor que desemprego”, disse o coordenador do IBGE. “A carteira de trabalho é sem dúvida grande vilão do mercado de trabalho. Perdeu quatro milhões em quatro anos e até agora não teve recuperação desse processo”, completou.

Os dados da pesquisa mostram uma abertura de 193 mil vagas formais no setor privado no trimestre encerrado em agosto ante o trimestre terminado em maio, alta de 0,6% no contingente de empregados com carteira assinada. No entanto, o IBGE ressalta que o aumento não é estatisticamente significativo por estar dentro da margem de erro da pesquisa. “Tem desaceleração no ritmo de perda da carteira. Gerar postos de trabalho com carteira isso a gente não tem”, concluiu Azeredo.