Economia

Queda do preço do petróleo pode elevar lucro de aéreas

Queda do preço do petróleo pode elevar lucro de aéreas Queda do preço do petróleo pode elevar lucro de aéreas Queda do preço do petróleo pode elevar lucro de aéreas Queda do preço do petróleo pode elevar lucro de aéreas

São Paulo e Genebra – A redução do preço do barril de petróleo poderá dar um alívio ao caixa das empresas aéreas brasileiras no próximo ano e ajudar no processo de recuperação de lucros do setor. A cotação da commodity nas bolsas internacionais é um balizador para o preço do querosene de aviação, um insumo que representa cerca de 40% dos custos das aéreas brasileiras. O repasse da queda do custo do petróleo no preço do querosene depende de decisão da Petrobrás.

De outubro para cá, a cotação do petróleo na bolsa de Nova York caiu cerca de 35%. Desde então, as ações das empresas aéreas do mundo todo dispararam. O papel da Gol subiu 23,6%, enquanto os da americana Delta e da IAG, dona da British Airways e Iberia, subiram 33% e 25%, respectivamente.

O gasto das empresas aéreas com combustível no mundo todo deve se reduzir em 2015, segundo projeções da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). O setor deve encerrar 2014 com gastos de US$ 204 bilhões na compra de combustível para abastecer as aeronaves, número que deve cair para US$ 192 bilhões em 2015.

A redução do preço do petróleo levou a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) a revisar na quarta-feira passada sua projeção de lucros para as companhias aéreas de todo o mundo e afirmar que há espaço para queda nos preços das passagens aéreas. Para este ano, os lucros do setor devem chegar a US$ 19,9 bilhões – contra uma previsão inicial de US$ 18 bilhões. Em 2015, os lucros atingirão US$ 25 bilhões.

A Gol espera que a queda da cotação do petróleo reflita nos preços do querosene no primeiro trimestre de 2015, afirmou o diretor financeiro da empresa, Eduardo Masson. Segundo ele, a redução de custos pode viabilizar cortes pontuais em tarifas, mas isso não deve ser generalizado. “O foco é a recomposição de margens. Existe uma oportunidade de avançar nesse processo com a redução do valor do combustível”, disse. A Gol soma prejuízos de R$ 2,2 bilhões nos últimos sete trimestres.

Em comunicado, a TAM ressaltou que manterá sua estratégia de ganhar eficiência em 2015 e lembrou que, apesar da redução do valor do petróleo, esse eventual ganho deverá ser minimizado pela alta do dólar, já que o combustível é cotado em moeda americana. “A oscilação negativa da commodity é contrabalançada por uma constante depreciação do real, o que impõe uma pressão adicional de custos, em um momento de crescimento próximo a zero.”

Cálculos

Um dos principais pedidos do setor aéreo brasileiro é de uma revisão no cálculo do preço do querosene de aviação pela Petrobrás. “O Brasil tem um dos combustíveis mais caros do mundo. Nunca tivemos oportunidade de debater o cálculo do querosene com a Petrobrás”, diz o presidente da Associação Brasileiras das Empresas Aéreas Brasileiras (Abear), Eduardo Sanovicz. Segundo ele, a decisão de repassar (ou não) a queda no valor do barril de petróleo para o preço do querosene é da estatal. “Não temos garantias de que haverá repasse e como ele será”, diz Sanovicz.Procurada, a Petrobrás não retornou o pedido de entrevista até o fechamento desta edição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.