Economia

Ranking da Aneel mostra que tarifas do Amapá estão entre as mais baratas do País

A tarifa residencial mais alta é a dos consumidores do Pará, atendidos pela Celpa, do grupo Equatorial, de R$ 0,703 por kWh

Ranking da Aneel mostra que tarifas do Amapá estão entre as mais baratas do País Ranking da Aneel mostra que tarifas do Amapá estão entre as mais baratas do País Ranking da Aneel mostra que tarifas do Amapá estão entre as mais baratas do País Ranking da Aneel mostra que tarifas do Amapá estão entre as mais baratas do País
Foto: Estadão Conteúdo

Apesar do clamor das redes sociais após o apagão, a conta de luz dos consumidores da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) está entre as mais baratas do País. O ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que inclui 53 concessionárias, mostra que a distribuidora tem a 39ª tarifa residencial mais cara do País, de R$ 0,537 por quilowatt-hora (kWh). O valor é inferior à média nacional, de R$ 0,575 por kWh.

A tarifa residencial mais alta é a dos consumidores do Pará, atendidos pela Celpa, do grupo Equatorial, de R$ 0,703 por kWh. O ranking da conta de luz mais cara inclui ainda consumidores do Amazonas e Rio de Janeiro – os atendidos pela Light, na capital, pela Enel, na Baixada Fluminense, e ainda os clientes da Energisa Nova Friburgo.

A tarifa mais baixa atualmente é a dos clientes da Paraíba atendidos pela Energisa Borborema, de R$ 0,498 por kWh. Consumidores de Poços de Caldas (MG) e de Santa Catarina, atendidos pela Celesc, Cooperaliança e Iguaçu, também estão entre os que pagam mais barato pela energia elétrica.

A conta de luz é composta por vários itens que ajudam a explicar porque algumas regiões têm tarifas mais baratas que outras. A tarifa custeia todas as etapas da energia, desde a produção, pelas usinas, a transmissão, pelas linhas, e a distribuição, pelos postes.

Os encargos setoriais também são um item relevante na conta de luz. Eles custeiam subsídios que vão desde o Tarifa Social, para a população de baixa renda, a descontos para produtores e consumidores de energias renováveis, agricultores, irrigantes e até para o carvão mineral. Nesse caso, o encargo é maior para os que moram no Sul, Sudeste e Centro-Oeste e mais barato para o Norte e Nordeste.

A tarifa inclui também um valor para cobrir as despesas das empresas com perdas não-técnicas, mais conhecidas pelo nome de “gatos” – ou seja, furtos de energia. Há ainda o valor das bandeiras tarifárias, mas essa cobrança foi suspensa neste ano em razão da pandemia do novo coronavírus.

O ranking da Aneel considera apenas a tarifa sem impostos, mas eles também pesam na conta de luz. Há impostos federais, como PIS/Cofins, e cada Estado define a alíquota de ICMS própria. Os municípios, por sua vez, cobram a Cosip, contribuição para garantir a iluminação das ruas e bairros.

A Aneel faz a análise de todos esses custos para chegar ao valor das tarifas, que são reajustadas uma vez por ano.

O custo da energia por distribuidora varia de acordo com cada um desses itens, dependendo do tipo de energia que a empresa compra, do ponto de conexão no sistema de transmissão e da quantidade de investimentos que ela faz.

Distribuidoras que fazem mais investimentos têm direito à tarifa maior – isso porque o objetivo da regulação é incentivar as companhias a melhorar a qualidade do serviço. No entanto, a Aneel reconhece apenas o custo eficiente – ou seja, se o orçamento da empresa para uma obra for muito elevado, a agência não repassa o valor integral, e a companhia tem que arcar com parte dele com recursos próprios.

Outro aspecto que faz diferença nessa conta é a densidade populacional. Em um Estado como o Pará, por exemplo, que tem grande extensão territorial e baixa ocupação populacional em termos comparativos, os custos são altos e proporcionalmente distribuídos entre poucos clientes. Já em São Paulo, município que concentra a maior população do País, esses custos são menores e divididos entre milhões de consumidores.

Por fim, tão importante quanto todos esses itens é o papel do próprio consumidor, que pode fazer esforços para diminuir seus gastos – afinal, a tarifa é multiplicada pela quantidade de energia efetivamente consumida. Eletrodomésticos são um dos itens que consomem muita energia, e o ar condicionado é o maior vilão da conta de luz. Geladeiras mais novas são mais econômicas, e usar o chuveiro elétrico na temperatura mais baixa também contribui.