Economia

Reforma da Previdência vai continuar refém da crise política, diz Eurasia

Reforma da Previdência vai continuar refém da crise política, diz Eurasia Reforma da Previdência vai continuar refém da crise política, diz Eurasia Reforma da Previdência vai continuar refém da crise política, diz Eurasia Reforma da Previdência vai continuar refém da crise política, diz Eurasia

São Paulo – O diretor da consultoria norte-americana de risco político Eurasia, Christopher Garman, acredita que existe um caminho para o presidente Michel Temer sobreviver no Planalto, mas este não é o cenário base da casa para o Brasil. A Eurasia mantém a probabilidade de o peemedebista não terminar seu mandato em 70%. Ao mesmo tempo, ele vê maior dificuldade de se aprovar a reforma da Previdência, que vai continuar refém da crise política.

“O momento é fluido e não é fácil antecipar o que pode ocorrer”, disse o diretor da Eurasia durante debate no Fórum de Investimento Brasil 2017, promovido pelo governo. Garman classificou os últimos acontecimentos em Brasília como “dramáticos”, mas destacou que o mercado, apesar do estresse inicial, recebeu os acontecimentos com certa tranquilidade. Uma das razões, avaliou ele, é a enorme liquidez externa, com capital procurando maior retorno. Outro fator é a maior percepção dos agentes de que há entre os políticos um consenso sobre a necessidade de se seguir com a agenda de reformas.

A Eurasia trabalha com a perspectiva de que a reforma trabalhista vai ser aprovada no Senado. Ao mesmo tempo, a avaliação agora é que ficou mais difícil o governo aprovar as mudanças na Previdência, mesmo com Temer tendo maioria no Congresso. Uma das possibilidades é que o texto fique ainda mais esvaziado caso seja aprovado. “A opinião pública é contra a reforma da Previdência”, disse ele, destacando também que aumentou o ódio das pessoas com a classe política.

“A reforma da Previdência vai continuar refém da crise política”, disse o analista da Eurasia. Para Garman, com a crise política e os vários escândalos em Brasília, aumentou o custo político e reputacional para os deputados e senadores estarem associados ao governo Temer. Este ponto pode pesar contra o governo nas reformas. Na medida em que se aproximar as eleições de 2018, deputados e senadores podem querer distanciar suas imagens do Planalto, de acordo com ele.

Em meio à incerteza política, Garman avaliou que vai haver mais pressão para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para cassar a chapa que elegeu Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014.