Economia

Reino Unido cria escritório de investimento para atrair estrangeiro

Em outubro, as entidades apresentaram a proposta de emissões verdes a Downing Street num processo que contou com o apoio de 40 empresários e investidores de ativos

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Foto: Divulgação

Cada vez mais preparado para a independência com a saída da União Europeia (UE) no processo do Brexit, o governo do Reino Unido anunciou nesta segunda-feira a criação de um escritório de investimentos para aumentar a entrada de recursos estrangeiros no país. Dentro do pacote, anunciou também a intenção de emitir títulos verdes soberanos em 2021, área vista pela City como uma das cartas na manga para depois do divórcio.

De acordo com o Ministério de Comércio Internacional, o investimento estrangeiro direto (IED) desempenha um papel crucial nos planos do governo para a recuperação econômica, aumentando a produtividade, fomentando a inovação e criando empregos.

Dados da Pasta revelam que, no acumulado de 2019 e 2020 até agora, mais de 39 mil postos de trabalho foram criados na Inglaterra graças a projetos de IED, com mais de 26 mil fora de Londres, quase 3 mil na Escócia, mais de 2,5 mil no País de Gales e 2 mil na Irlanda do Norte.

Esses recursos também teriam gerado 10.224 empregos no setor de software e serviços de informática, 4.750 empregos no de alimentos e bebidas, 5.109 em eletrônica e comunicações, 2.225 vagas de engenharia avançada e cadeia de abastecimento, 3.212 no setor automotivo e 1.522 no aeroespacial nesses dois anos até agora.

O anúncio do Office for Investment foi feito pelo primeiro-ministro Boris Johnson e é uma resposta à movimentação que ocorre no mundo. “À medida que a competição global se intensifica, uma abordagem mais estruturada apoiará melhor os investidores existentes e os investimentos em campos de alto valor e alto impacto. Por sua vez, isso ajudará a maximizar o papel positivo que o investimento desempenha na economia do Reino Unido”, trouxe o comunicado do governo.

Um dos papeis do Escritório de Investimento será o de procurar resolver as barreiras potenciais para o desembarque desses investimentos, incluindo restrições regulatórias e questões de planejamento. A transformação operacional foi projetada para garantir que o Reino Unido seja o destino mais atraente do mundo para investir.

“Agora é a hora de ser ousado e ambicioso na forma como negociamos com parceiros em todo o mundo”, avaliou a ministra de Comércio Internacional, Liz Truss. “Se quisermos superar essa pandemia, precisamos redirecionar e redobrar nossos esforços para atrair investimento estrangeiro, o que aumentará a produtividade, o crescimento econômico em todo o país, impulsionará nossas exportações e melhorará nosso ambiente de pesquisa e desenvolvimento”, acrescentou o ministro do Investimento, Gerry Grimstone.

Finanças verdes

Uma das ênfases dada por Grimstone diz respeito às finanças verdes. Mais cedo, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) registrou que o ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak, anunciou o lançamento de títulos soberanos verdes ou “green Gilts” a partir do ano que vem. “O título soberano verde do governo reforçará a posição do Reino Unido como líder global em finanças sustentáveis antes de sediar a COP-26 e a cúpula do G7 e apoiará a recuperação econômica à medida que o país atravessa a atual pandemia”, apoiaram o Impact Investing Institute, o Green Finance Institute e o LSE Grantham Research Institute, por meio de nota.

Segundo as entidades, esses títulos verdes são uma resposta “fantástica” à crescente demanda dos investidores por investimentos que ajudem a garantir um futuro zero carbono. “Aplaudimos o governo por dar este passo importante, que cumpre os planos para avançar em direção a uma economia resiliente e com zero de carbono líquido, que trará uma série de benefícios sociais positivos, como a criação de empregos de colarinho verde, habilidades e revitalização regional.”

Em outubro, as entidades apresentaram a proposta de emissões verdes a Downing Street num processo que contou com o apoio de 40 empresários e investidores de ativos, representando organizações com ativos sob gestão de mais de 10 trilhões de libras e grupos representativos de negócios, como a Bolsa de Valores de Londres, a Confederação da Indústria Britânica (CBI, na sigla em inglês), a Pensão da Igreja da Inglaterra e o Fundo de Pensão da Agência Ambiental.