Economia

Professoras devem ter regra mais branda na Reforma da Previdência em nova proposta do Congresso

Uma das ideias é que elas tenham direito a se aposentar com o último salário (integralidade) mais cedo do que o mínimo de 60 anos, como estava previsto na primeira versão do relatório

Professoras devem ter regra mais branda na Reforma da Previdência em nova proposta do Congresso Professoras devem ter regra mais branda na Reforma da Previdência em nova proposta do Congresso Professoras devem ter regra mais branda na Reforma da Previdência em nova proposta do Congresso Professoras devem ter regra mais branda na Reforma da Previdência em nova proposta do Congresso
Foto: Reprodução/Governo do Estado

O relator da proposta de reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), deve entregar seu voto complementar ao texto que já foi apresentado à Comissão Especial com mais uma suavização nas regras para a aposentadoria das professoras. Uma das ideias é que elas tenham direito a se aposentar com o último salário (integralidade) aos 57 anos – na primeira versão do relatório, a exigência era de 60 anos.

Embora a leitura do parecer não esteja garantida para esta terça-feira, 2, a expectativa é que o novo texto seja analisado pelos deputados da Comissão Especial entre quarta e quinta-feira. Há lideranças que trabalham para empurrar a votação na Comissão Especial para a semana que vem, o que impossibilitaria o cumprimento do calendário do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que prometeu votar a reforma na Casa antes do recesso, previsto para começar em 18 de julho.

Além de poder se aposentar com o último salário, as professoras também terão direito aos 57 anos à chamada paridade, que é o direito de ter os mesmos reajustes na aposentadoria aos concedidos à ativa.

A proposta exige tempo mínimo de contribuição de 30 anos para professores e professoras – que pode ser reduzido para 25 anos.

Hoje, no setor privado, não há idade mínima para a aposentadoria de professores, mas se exige tempo de contribuição de 25 anos para mulheres e de 30 anos para homens. No setor público, a idade mínima exigida é de 50 (mulheres) e 55 anos (homens), com 25 anos (mulheres) e 30 anos (homens) de tempo mínimo de contribuição, sendo 10 anos como servidor público e 5 anos no cargo de professor.

A proposta original do governo era ainda mais rigorosa e exigia idade mínima de 60 anos para professores e professoras. Essa primeira mudança feita pelo relator reduziu a economia em R$ 2,7 bilhões em dez anos, segundo cálculo da Instituição Fiscal Independente, do Senado Federal.

A questão das regras para professoras é só um dos pontos que ainda estavam sendo negociados ontem entre o governo, relator e deputados.

Fontes a par das negociações informaram ao Estadão/Broadcast que não haverá mudança drástica no texto. A equipe econômica, porém, é contra essa alteração para as professoras.

O relator deve manter a taxação de 20% da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos e poupar a B3, a Bolsa paulista. A inclusão da Bolsa no parecer foi considerada um erro que será agora corrigido. Hoje, os bancos pagam 15% de alíquota de CSLL.

No texto, o relator vai manter o fim dos repasses obrigatórios do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ao BNDES, mas vai dar um prazo de dez anos para que a mudança seja feita de forma gradual. Havia também uma pressão para que o relator retire do parecer o fim da isenção das contribuições previdenciárias sobre exportações agrícolas. A medida consta da proposta original, mas há uma forte pressão da bancada ruralista para a manutenção das isenções, que têm custo de R$ 8 bilhões por ano.

Estados e municípios. Apesar da reunião nesta terça com governadores em Brasília, a inclusão dos Estados e municípios no texto da reforma é considerada “quase um milagre” por fontes ouvidas pela reportagem. Incluir os governos regionais significa que, caso a reforma seja aprovada, as novas regras para a aposentadoria de servidores públicos da União também vão valer para os funcionários públicos estaduais e municipais.

De acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os pedidos dos governadores incluem propostas que podem trazer recursos a curto prazo. “É uma pauta que não tira nenhuma receita existente do governo federal, mas vai se tentar construir um apoio à situação que municípios e Estados com problemas vivem hoje”, disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.