Economia

Relator do PL que altera licitações quer fim da indústria do aditivo

Em sua exposição, o deputado levantou ainda outros pontos da proposta de autoria do Senado, hoje em análise na Câmara

Relator do PL que altera licitações quer fim da indústria do aditivo Relator do PL que altera licitações quer fim da indústria do aditivo Relator do PL que altera licitações quer fim da indústria do aditivo Relator do PL que altera licitações quer fim da indústria do aditivo

O deputado João Arruda (PMDB-PR) destacou que um dos pilares do projeto da “nova” Lei de Licitações (PL 6814/17) é estabelecer o “preço cheio e justo” nas licitações. Relator da comissão especial que analisa o projeto na Câmara, Arruda defende que a nova lei traga mecanismos para dar fim à prática do mercado de “mergulhar” o preço na hora da contratação já pensando em negociar, futuramente, aditivos contratuais.

“É preciso acabar com a indústria do aditivo”, disse durante o seminário O Futuro da Infraestrutura no Brasil, organizado pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil. De acordo com o deputado, mesmo representantes da iniciativa privada concordam com a necessidade de se acabar com a prática de negociação de aditivos – o que leva, geralmente, à prorrogação de prazo e elevação de custos dos projetos.

Em sua exposição, o deputado levantou ainda outros pontos da proposta de autoria do Senado, hoje em análise na Câmara. Arruda salientou a necessidade de se estabelecer prazos para resposta aos pedidos de reequilibro contratual, e discutiu também a questão dos licenciamentos ambientais. “Isso é um equívoco do RDC, Regime Diferenciado de Contratação, o licitante não precisa ir atrás de licença ambiental”, aponta. Na avaliação do deputado, as licitações só deveriam ocorrer quando todas as licenças estiverem emitidas.

João Arruda reforçou que o projeto de lei trabalha com um “tripé”, que passa por “análise detalhada dos projetos, eficiência na execução do contrato e combate à corrupção”. A ideia é aprimorar a atual Lei de Licitação, com “avanços” especialmente em relação ao seguro garantia entre o poder público e quem executa as obras, mas também no cumprimento de prazos e em fiscalização. “O projeto de lei representa mais do que a contratação de serviços terceirizados, representa a retomada da credibilidade do País como um todo”, afirma.

O projeto de lei ainda precisa passar por debates e audiências públicas na comissão especial da Câmara, o que deve acontecer nas próximas três semanas. A previsão é ter uma proposta de relatório no início de maio. “O prazo é curto, mas a vantagem é que o governo, Congresso e Senado têm todo o interesse em aprovar esse projeto”, diz Arruda.