Economia

Resultados dos testes de estresse demonstram que SFN está resiliente, afirma BC

Resultados dos testes de estresse demonstram que SFN está resiliente, afirma BC Resultados dos testes de estresse demonstram que SFN está resiliente, afirma BC Resultados dos testes de estresse demonstram que SFN está resiliente, afirma BC Resultados dos testes de estresse demonstram que SFN está resiliente, afirma BC

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) continua resiliente, segundo os testes de estresse macroeconômico conduzidos pelo Banco Central, informou a ata da mais recente reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef). Na semana passada, o colegiado manteve o Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil) em zero.

“O impacto mais severo continua sendo observado no cenário de quebra de confiança no regime fiscal”, diz o texto. “Os testes realizados também indicam que o SFN encontra-se apto a absorver os impactos no capital das mudanças regulatórias que produzirão efeitos, de forma faseada, a partir de janeiro de 2025, referentes aos conceitos e critérios contábeis aplicáveis a instrumentos financeiros e ao cálculo do capital requerido para o risco operacional.”

Segundo o Comef, medidas adotadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e BC em meio às enchentes no Rio Grande do Sul foram capazes de garantir a prestação de serviços pelo SFN às famílias e empresas atingidas. O BC continua monitorando a intermediação na região, mas percebeu mudanças sistêmicas na liquidez, risco de crédito ou captações, informou.

Na ata, o comitê destaca que o mercado de crédito continua acelerando moderadamente, em linha com o crescimento maior do que o esperado da atividade econômica. As provisões se mantém adequadas e acima das estimativas de perdas esperadas e a “leve piora” na qualidade de concessões de crédito às famílias não se traduziu em materialização de risco, diz o Comef.

Os níveis de capitalização e de liquidez do SFN também continuam superiores aos requerimentos prudenciais, com capital e ativos líquidos suficientes para absorver potenciais perdas, diz o BC. “O Comef segue atento à dinâmica das cadernetas de poupança e dos demais instrumentos de captação para o crédito imobiliário”, informa o documento.

A ata destaca que o sistema financeiro internacional também tem se mostrado resiliente, com alguma “moderação na margem” das condições financeiras desde o Comef anterior. Mas o comitê destaca as incertezas sobre a trajetória futura dos juros em economias avançadas, em meio a uma atividade resiliente nos países.

“A volatilidade dos juros americanos aumentou devido à incerteza sobre as trajetórias da política monetária, a dúvidas sobre a desaceleração da economia do país, e a eventos de estresse nos mercados financeiros globais”, diz o Comef. Nos EUA, diz o comitê, a posição dos bancos continua sólida e, na China, o sistema bancário tem tendência de redução da rentabilidade, com sinais de estresse localizados.

Entre os principais pontos de atenção, o BC destaca que instituições financeiras aumentaram o apetite por risco, o que requer atenção em meio ao endividamento e comprometimento de renda historicamente altos. “Nesse cenário, o Comef avalia que é importante os intermediários financeiros preservarem a qualidade das concessões.”

A maior dependência de tecnologia também exige que as instituições integrantes do SFN tenham controles internos e sistemas de gerenciamento de risco “robustos”, que reforcem a resiliência cibernética. Segundo o Comef, é preciso que as entidades supervisionadas “aprimorem continuamente seus sistemas de gerenciamento integrado de riscos”.

O Comef reiterou que instituidores de arranjos de pagamentos devem “assegurar que os mecanismos de governança e de gerenciamento de risco desses arranjos sejam implementados de forma adequada e efetiva” e a necessidade de manutenção dos níveis de capital e patrimônio líquido “adequados às responsabilidades e riscos assumidos”, destacando o aumento dos valores mínimos de capital social integralizado e de patrimônio líquido para algumas instituições este ano.

“O Comitê vem acompanhando regularmente a evolução da indústria de cartões de crédito em seus diversos recortes, considerando, dentre outros aspectos, o estoque das carteiras, a concessão e a utilização de limites, e a materialização de risco vis-à-vis os perfis dos usuários e dos emissores”, afirma.

O Comef ainda destacou que o cenário global prospectivo apresenta riscos que podem “levar à materialização de cenários de reprecificação de ativos financeiros globais”, em meio a incertezas sobre o ritmo da atividade e juros. “O Comitê está atento à evolução dos cenários doméstico e internacional e segue preparado para atuar, de forma a minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais”, completa.