Economia

Retirada do auxílio reduz demanda por itens alimentícios essenciais, diz IBGE

Retirada do auxílio reduz demanda por itens alimentícios essenciais, diz IBGE Retirada do auxílio reduz demanda por itens alimentícios essenciais, diz IBGE Retirada do auxílio reduz demanda por itens alimentícios essenciais, diz IBGE Retirada do auxílio reduz demanda por itens alimentícios essenciais, diz IBGE

O fim do pagamento do auxílio emergencial pelo governo às famílias mais vulneráveis já diminuiu a demanda por itens alimentícios essenciais, com reflexo sobre os preços, segundo Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo Alimentação e Bebidas saiu de uma elevação de 1,02% em janeiro para um avanço de 0,27% em fevereiro, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE. O grupo contribuiu com 0,06 ponto porcentual para a taxa de 0,86% do IPCA no mês.

“O arroz pode ter a questão do auxílio emergencial. Estamos desde janeiro sem. Em janeiro e fevereiro a gente não teve auxílio, houve redução na demanda doméstica por arroz”, disse Kislanov. “A retirada do auxílio pode ter reduzido a demanda por alguns itens essenciais, como é o caso do arroz. Há uma série de fatores que vão influenciar o preço dos alimentos, o auxílio emergencial é apenas um deles”, completou.

O grupo Alimentação e Bebidas mostrou desaceleração em fevereiro pelo terceiro mês consecutivo. Em fevereiro, a alimentação no domicílio subiu 0,28%. Houve redução nos preços da batata-inglesa (-14,70%), tomate (-8,55%), leite longa vida (-3,30%), óleo de soja (-3,15%) e arroz (-1,52%).

“No caso da batata e do tomate, a gente teve um clima mais seco em fevereiro, depois de um clima mais chuvoso em janeiro, que ajudou a reduzir preços, mas essa redução também pode ter efeito da retirada do auxílio emergencial. São itens importantes na cesta de consumo das famílias, o leite longa vida, todos esses itens com redução podem ter efeito da retirada do auxílio”, apontou Kislanov.

Por outro lado, houve aumento de preços na cebola (15,59%) e nas carnes (1,72%). “Houve queda na oferta de cebola, perda na produção, inclusive houve necessidade de importar”, justificou o gerente do IBGE.

A alimentação fora do domicílio também desacelerou, passando de 0,91% em janeiro para 0,27% em fevereiro. O lanche fora de casa subiu 0,11% em fevereiro, depois de um aumento de 1,83% em janeiro.

“A gente está falando numa desaceleração no preço dos alimentos, não em queda no preço dos alimentos. Desde novembro, os preços dos alimentos continuam subindo, é importante deixar claro isso também”, ponderou Kislanov.

O grupo alimentação e bebidas acumula uma alta de 15,00% em 12 meses.