Economia

Rio avalia intensificar ajuste fiscal ainda este ano

No foco do trabalho está a capitalização do fundo de Previdência dos servidores por meio da antecipação de receitas, com medidas que vão além das previstas no plano de recuperação fiscal, firmado pelo Rio com o governo federal

Rio avalia intensificar ajuste fiscal ainda este ano Rio avalia intensificar ajuste fiscal ainda este ano Rio avalia intensificar ajuste fiscal ainda este ano Rio avalia intensificar ajuste fiscal ainda este ano
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O governo fluminense trabalha em um aprofundamento do ajuste fiscal ainda para este ano. Ao lado de Piauí e Minas Gerais, o Estado do Rio servirá de piloto de uma proposta do consultor e especialista em contas públicas Raul Velloso. No foco do trabalho está a capitalização do fundo de Previdência dos servidores por meio da antecipação de receitas, com medidas que vão além das previstas no plano de recuperação fiscal, firmado pelo Rio com o governo federal.

Segundo o governador Luiz Fernando Pezão (MDB), as propostas ainda estão em estudo, mas a ideia é aprová-las ainda este ano. Os valores que podem ser levantados com as antecipações de receita ainda estão sendo calculados pela equipe. A ideia, explica, não é promover operações de capitalização este ano, mas deixar as medidas prontas para serem aplicadas no próximo governo.

“Tenho só mostrado o que ocorreu com a gente. Não quero que ocorra com meu sucessor ou com quem mais que venha me suceder. Isso é uma bomba atômica”, disse o governador, se referindo à Previdência pública.

A proposta de Velloso foca numa engenharia financeira para cobrir o rombo da Previdência dos servidores, principal causa da crise fiscal dos Estados, na sua avaliação. A ideia é passar a gestão para fundos de pensão, nos moldes das instituições que cuidam da aposentadoria das estatais, como a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil.

Segundo Velloso, o primeiro passo é criar receitas vinculadas à Previdência pública. Sob gestão de um fundo de pensão, os recursos seriam objeto de “equacionamento atuarial – como é conhecido no mercado o “encontro de contas” , ao longo de décadas – das receitas (contribuições do empregador e dos empregados, além do retorno da aplicação desses valores) com as despesas (o pagamento das aposentadorias e pensões).

A estratégia é usar receitas futuras, dadas como certas e vinculadas à Previdência, como lastro para emitir títulos a serem comprados por investidores de mercado, gerando valor no presente. Com a antecipação, mais a elevação da contribuição dos servidores (no Rio, já subiu de 11% para 14% do salário) e dos empregadores (Legislativo e Judiciário terão de pagar também), seria possível cobrir o rombo previdenciário, liberando o caixa dos Estados para os serviços públicos. Só no Rio, o déficit da Previdência estimado este ano é de R$ 10,3 bilhões.

Na proposta de Velloso, além de impostos vinculados, podem ser antecipados royalties de petróleo, a recuperação anual da dívida ativa, a venda ou aluguel de imóveis públicos, a venda de ações de estatais e as compensações previdenciárias, entre outros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.