Economia

Justiça prorroga recuperação judicial da Samarco por mais seis meses

Decisão possibilita a continuidade das negociações com os credores, a fim de que as partes envolvidas cheguem a um acordo

Justiça prorroga recuperação judicial da Samarco por mais seis meses Justiça prorroga recuperação judicial da Samarco por mais seis meses Justiça prorroga recuperação judicial da Samarco por mais seis meses Justiça prorroga recuperação judicial da Samarco por mais seis meses
Foto: Agência Brasil/ Tânia Rêgo

A Samarco, com sede em Anchieta, no Sul do Espírito Santo, informa que a Justiça deferiu o pedido da empresa para prorrogação por mais 180 dias do período de proteção contra execução de dívidas ou bloqueio de contas, no âmbito do processo de Recuperação Judicial. 

Segundo a companhia, a decisão possibilita a continuidade das negociações com os credores em um ambiente protegido, a fim de que as partes envolvidas cheguem a um acordo.

“A empresa ressalta que o objetivo da Recuperação Judicial é permitir que a Samarco mantenha as suas atividades de produção e preserve sua função social de geração de emprego, renda e tributos”, diz a empresa em nota.

A decisão, validada desde o último domingo (10), foi dada pelo juiz Adilon Cláver de Resende, da 2ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte. No texto, o juiz diz que não se verifica qualquer tentativa da Samarco em colocar obstáculos ao processo. 

“Ao contrário, o que ocorre é um trâmite normal, embora dificultado por sua grande complexidade, que é decorrente da multiplicidade de temas debatidos, passivo elevado, enorme quantidade de credores e elevadíssimo grau de litigiosidade que existe desde o início do processo, o que são os traços que marcam esta recuperação judicial”.

De acordo com o juiz, a não prorrogação da suspensão do andamento das ações contra a Samarco, o que alcança, inclusive, demandas em jurisdições de outros países, pode acarretar graves prejuízos para a empresa, comprometendo o fluxo de caixa. Ainda na decisão, Resende manteve a Assembleia-Geral de Credores agendada para 20 e 27 de outubro, quando deverá ocorrer a constituição de Comitê de Credores.

A dívida da Samarco, que pertence às gigantes Vale e BHP Billiton, está avaliada em R$ 50 bilhões. Entre os credores estão vários fundos estrangeiros que, com base na nova lei de recuperação judicial, têm questionado na Justiça o processo da Samarco, com uma série de liminares acusando as mineradoras de se “blindarem” das obrigações relativas à tragédia de Mariana, em 2015. O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) também questiona o processo.