Sem medidas fiscais, outros Estados vão precisar de intervenção, diz economista Sem medidas fiscais, outros Estados vão precisar de intervenção, diz economista Sem medidas fiscais, outros Estados vão precisar de intervenção, diz economista Sem medidas fiscais, outros Estados vão precisar de intervenção, diz economista
Foto: Divulgação / Pexel
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Após a Reforma da Previdência ter sido retirada da pauta da Câmara dos Deputados em decorrência do decreto de intervenção na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, o economista Raul Velloso avaliou que a medida extrema tomada pelo governo federal só reforça a necessidade urgente de medidas para sanear as finanças dos governos estaduais. Para ele, as mudanças no regime previdenciário têm ainda chance de serem aprovadas mesmo com a intervenção.

“O ministro da Defesa, Raul Jungmann, já esclareceu que a intervenção poderá ser suspensa para a votação da Previdência, se houver possibilidade de aprovação. A janela de oportunidade é até o fim deste mês e as negociações continuam normalmente”, avaliou o economista.

Velloso disse discordar da tese de que o governo teria optado pela intervenção para não precisar admitir a derrota da Reforma da Previdência – já que nenhuma mudança na Constituição pode ser votada enquanto durar a medida. “A situação no Rio é grave demais para se usar esse tipo de subterfúgio. Além disso, os militares não entrariam nesse tipo de ‘jogo'”, acrescentou.

O economista apontou que a crise na segurança pública do Rio de Janeiro decorre da situação de calamidade financeira do Estado, que não é o único ente da Federação que passa por dificuldades fiscais. “São duas crises ocorrendo em paralelo. Se a questão financeira não for equacionada, outros Estados vão acabar precisando de intervenção na área de segurança também”, alertou.

Velloso é o idealizador do projeto que cria fundos de pensão estaduais para tentar aliviar o rombo das aposentadorias dos servidores públicos nos Estados. Os governadores trabalham para encontrar um consenso em torno do texto, que tramitaria lado a lado com a Reforma da Previdência.

Na próxima segunda-feira, 19, à tarde, haverá uma reunião entre governadores – incluindo o do Rio, Luiz Fernando Pezão – e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para debater o encaminhamento do projeto dos fundos. “Estamos tentando apressar a discussão porque não temos muito tempo. A ideia é bater o martelo sobre a proposta na segunda para levá-la o quanto antes às lideranças partidárias no Congresso”, concluiu Velloso.