Economia

Senado aprova prorrogação de contratos da Chesf no Nordeste com subsídio

Senado aprova prorrogação de contratos da Chesf no Nordeste com subsídio Senado aprova prorrogação de contratos da Chesf no Nordeste com subsídio Senado aprova prorrogação de contratos da Chesf no Nordeste com subsídio Senado aprova prorrogação de contratos da Chesf no Nordeste com subsídio

Brasília – O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, 7, a Medida Provisória (MP) 677, que autoriza a prorrogação de contratos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobras, para fornecimento de energia com indústrias do Nordeste, classificadas como grandes consumidores até 8 de fevereiro de 2037. A matéria agora segue para a sanção presidencial.

Os contratos, firmados na década de 70, venceriam em junho deste ano, quando foi publicada a MP. Com o fim dos contratos, essas empresas teriam que comprar energia pelo chamado mercado livre, em que os custos chegam a ser três vezes maiores que os estabelecidos na MP 677. O subsídio será mantido depois de muito lobby das empresas, que ameaçavam fechar fábricas e demitir milhares de trabalhadores caso o benefício não fosse estendido.

A MP 677 também autorizou companhia a participar do Fundo de Energia do Nordeste (FEN), com o objetivo de prover recursos para a implantação de empreendimentos de energia elétrica. Segundo o texto, o FEN será criado e administrado por instituição financeira controlada pela União, direta ou indiretamente, e seus recursos deverão ser investidos em empreendimentos de energia elétrica na seguinte proporção: “no mínimo, cinquenta por cento na Região Nordeste; e até cinquenta por cento nas demais regiões do País, desde que em fontes com preços inferiores aos praticados na Região Nordeste”.

Em acerto com o governo, o líder do PMDB no Senado e relator da MP, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também estendeu a indústrias do Sudeste e do Centro-Oeste de determinados segmentos com o mesmo benefício, com a criação de outro fundo.

No início do ano, a presidente Dilma Rousseff havia vetado dois artigos da Medida Provisória 656 que ampliavam o prazo desses contratos especiais até 2042. Na ocasião, Dilma justificou o veto alegando que “a proposta teria efeitos lesivos à modicidade tarifária do setor elétrico e à concorrência no setor beneficiado”. Além disso, transferiria os riscos hidrológicos e eventuais variações nos custos da geração da energia a outros atores, criando possíveis desequilíbrios no mercado”.

Em junho, indústrias eletrointensivas de São Paulo e Minas Gerais já haviam se manifestado afirmando que pediriam isonomia ao governo federal para também terem direito à energia barata e de longo prazo que foi concedida a sete indústrias localizadas no Nordeste por meio da Medida Provisória 677.

Desindexação

O relator da MP também permitiu, por meio de uma emenda, que a dívida em dólares da companhia de energia elétrica de Goiás (Celg) em reais, com a cotação de janeiro de 2015. A equipe econômica tem estudado alternativas para que o reajuste dos contratos de energia elétrica passem a ter como base também a inflação futura projetada, ou seja, uma espécie de desindexação dos contratos.

O líder do DEM no Senado e representante de Goiás, Ronaldo Caiado, protestou contra essa alteração específica. Caiado tentou, sem sucesso, votar em separado a inclusão da Celg. Para ele, a articulação tem por objetivo privatizá-la futuramente. “Esse ajeitamento não está sendo feito para resgatar a Celg. É para envelopá-la para ser vendida”, criticou.

A senadora Lúcia Vânia (PSB), também parlamentar goiana, saiu em defesa da mudança. “Essa é uma proposta séria que vem resolver um problema pelo qual passa o Estado de Goiás”, afirmou, ao destacar que a emenda, ao contrário do que alegava Caiado, não é de uma matéria “estranha” ao corpo da MP por se tratar de renovação de contratos.