Economia

Senado trabalhará para evitar retrocessos, como na autonomia do BC, diz Pacheco

Senado trabalhará para evitar retrocessos, como na autonomia do BC, diz Pacheco Senado trabalhará para evitar retrocessos, como na autonomia do BC, diz Pacheco Senado trabalhará para evitar retrocessos, como na autonomia do BC, diz Pacheco Senado trabalhará para evitar retrocessos, como na autonomia do BC, diz Pacheco

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta terça-feira, 14, que, além de avançar na aprovação de pautas prioritárias ao desenvolvimento do País, a Casa trabalhará para garantir estabilidade e evitar retrocessos em realizações concretizadas nos últimos anos, como reformas, marcos legislativos e modernização de leis.

“Aí é naturalmente um papel de independência do Senado Federal de buscar fazer junto ao Executivo e ao Judiciário essa gestão para que retrocessos não aconteçam no Brasil, porque de fato, nos últimos 6 anos nós tivemos reformas muito significativas e importantes para o País”, disse Pacheco, em evento do BTG Pactual ao citar reformas trabalhista, política e previdenciária, além da autonomia do Banco Central. “Projeto do Senado Federal que foi concebido, o filho já nasceu e nós precisamos cuidar”, disse Pacheco em relação ao BC, tema que virou alvo de críticas constantes por parte do governo federal. “Limitar para que não haja retrocessos e buscar projetos de vanguarda, modernização e desenvolvimento do País são metas que vamos buscar trilhar”, reforçou.

O líder também destacou que, à frente do Senado, buscará pela independência e harmonia entre poderes, além de um exercício constante de reconciliação na Casa. “Esse é um ambiente propício para que tenhamos tudo o que os senhores e as senhores desejam e eu também, que é a estabilidade do País”, afirmou.

Juros

O presidente do Senado afirmou ainda que, apesar das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à alta nas taxas de juros, o chefe do Executivo compreenderá que terá que conviver com essa realidade e buscar solução inteligente. “Acho que é muito importante a sinceridade, ou seja, verbalizar aquilo que se pensa, mas tenho certeza que o presidente Lula compreenderá que esta é uma realidade que ele vai ter que conviver e buscar uma solução que seja inteligente”, disse.

O líder destacou que, no cenário atual, é preciso atacar a causa do aumento de juros e encontrar uma “solução comum”, e não necessariamente concentrar-se na discussão de pessoas, em referência a Lula e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele também voltou a descartar qualquer possibilidade de retroceder na legislação que impôs autonomia à instituição. “Considero que esse ponto deva ser ultrapassado”, disse, ao reforçar que a lei vai ao encontro da modernidade e do que a sociedade espera.

Pacheco também declarou que não houve nenhum tipo de formalização no Senado por parte de aliados de Lula sobre revogar a lei da autonomia do BC ou exonerar o presidente da instituição. “Absolutamente nenhuma formalização”, enfatizou.

Em relação à sua condução na Casa, apesar de ter tido apoio do governo federal na reeleição, Pacheco afirmou que o presidente do Congresso não pode ser líder do governo, nem de oposição no Parlamento. É preciso, segundo ele, “buscar ter um alinhamento que signifique um bem comum para a sociedade”.

Meta

O presidente do Senado afirmou também que uma revisão na meta de inflação poderia ser muito ruim como sinalização da estabilidade do País. De acordo com o líder do Congresso, a redução nas taxas de juros “não se faz com uma canetada no meio do caminho”.

“Então isso redução de juros é uma cadeia inteligente, não se faz com uma canetada no meio do caminho, isso é uma construção que é feita. Então para reduzir a taxa de juros não necessariamente, eu ousaria dizer que seria até o contrário disso, a revisão de meta de inflação, neste momento, poderia ser até muito ruim como sinalização da estabilidade do País”, afirmou Pacheco.

O presidente do Congresso destacou, no entanto, que uma eventual mudança na meta cabe ao Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão que deve decidir dentro da seara técnica. “Se a conclusão for para uma revisão, eu não sei dizer se é ou não, mas se for uma conclusão para revisão, é explicar os fundamentos econômicos, técnicos e políticos ao Executivo”, disse.

Como mostrou mais cedo o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Lula teria avisado à equipe econômica que quer um aumento de um ponto porcentual na meta de inflação de 2023, atualmente em 3,25%.

O CMN, composto pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, e pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, tem reunião na próxima quinta-feira. A meta de inflação, obrigatoriamente, só deve ser avaliada em junho, mas em meio ao cenário acirrado, a pauta poderia ser antecipada.