Economia

Serra convoca embaixador do Uruguai para dar explicações sobre chanceler

Serra convoca embaixador do Uruguai para dar explicações sobre chanceler Serra convoca embaixador do Uruguai para dar explicações sobre chanceler Serra convoca embaixador do Uruguai para dar explicações sobre chanceler Serra convoca embaixador do Uruguai para dar explicações sobre chanceler

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, José Serra, convocou o embaixador do Uruguai no Brasil, Carlos Amorim Tenconi, a dar explicações sobre as declarações do chanceler daquele país, Rodolfo Nin Novoa, a respeito da presidência do Mercosul. De acordo com o jornal El País, Novoa teria afirmado, em reunião com deputados na última sexta-feira, que o Brasil teria tentado “como que comprar” o voto do Uruguai, oferecendo-se para levá-lo a negociações comerciais com outros países. Em troca, o Uruguai não transferiria a presidência do bloco para a Venezuela. Essa oferta teria sido feita por Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no dia 5 de julho, quando ambos foram a Montevidéu e se reuniram com o presidente, Tabaré Vásquez. As negociações comerciais seriam com países da África subsaariana e com o Irã.

Na reunião, Nin Novoa reafirmou a posição de seu governo, de que a Venezuela é a legítima presidente do Mercosul. E acusou o Brasil e o Paraguai de fazerem “bullying” ao novo comando temporário do bloco. O governo brasileiro não reconhece a presidência da Venezuela, segundo informou Serra em carta enviada aos chanceleres.

O ministro uruguaio minimizou a reunião mantida entre o presidente em exercício do Brasil, Michel Temer, e os mandatários da Argentina, Mauricio Macri, e do Paraguai, Horacio Cartes, na recepção de abertura dos Jogos Olímpicos no Rio. Segundo Nin Novoa, foi uma conversa “de coquetel” que não resolveu “absolutamente nada”. Ele defendeu, ainda, que a Venezuela não seja punida por não haver internalizado as normas do Mercosul – o que era condição para ela ser considerada membro pleno, a ser cumprida até a sexta-feira passada.

O chanceler afirmou ainda que a democracia não foi rompida na Venezuela, por isso não haveria base para a aplicação da cláusula democrática, como defende o Paraguai. Houve, porém, deputados que discordaram dessa afirmação, segundo relatou o jornal uruguaio.