Economia

Setor externo tem pouco potencial como alavanca do PIB, diz economista da FGV

Setor externo tem pouco potencial como alavanca do PIB, diz economista da FGV Setor externo tem pouco potencial como alavanca do PIB, diz economista da FGV Setor externo tem pouco potencial como alavanca do PIB, diz economista da FGV Setor externo tem pouco potencial como alavanca do PIB, diz economista da FGV

Rio – Apesar da contribuição positiva ao Produto Interno Bruto (PIB) nos dois primeiros trimestres de 2015, o setor externo não tem força para alavancar a economia, diz o diretor do Centro de Estudos de Crescimento e Desenvolvimento da Fundação Getulio Vargas (FGV), Roberto Castello Branco. Segundo ele, o setor continuará dando contribuição positiva mas “nada que vá salvar a pátria”.

“O Brasil é uma economia muito fechada ao comércio internacional, com baixa participação na cadeia global de suprimentos. Além disso, as exportações e importações de bens e serviços têm uma participação relativamente pequena na composição do PIB, o que diminui o potencial do setor externo como alavanca de recuperação”, diz Castello Branco.

Para o economista, a desaceleração da economia chinesa pode trazer alguma redução da demanda do País no terceiro trimestre, o que afetaria as exportações brasileiras, mas longe da magnitude que a volatilidade das bolsas chinesas aponta. Ele acredita que o freio no crescimento chinês de certa forma já está precificado, assim como a resposta dos produtores de commodities como minério de ferro e petróleo, que continuam elevando a produção.

“Isso pode piorar se houver um quadro mais recessivo na China, o que não enxergo. Vejo o país crescendo realisticamente em torno de 5% ao ano, o que ainda é um crescimento muito forte em se tratando da segunda maior economia do mundo”, avalia o economista.

Além do crescimento das exportações tanto na margem quanto na comparação interanual – alta de 3,4% e 7,5%, respectivamente -, a queda nas importações impulsionou o resultado positivo do setor externo no PIB. O recuo é resultado da combinação da redução da demanda e da desvalorização cambial.

“Os bens de capitais ficam mais caros (com a alta do dólar), o que inibe o crescimento futuro. A recessão promete ser não apenas profunda, como longa. Outro fator que preocupa (além da menor demanda interna) é a perspectiva de se fazer o ajuste fiscal menos via redução de gastos e sim baseado em impostos, o que gera maior impacto sobre a atividade econômica. Por isso a proposta da (recriação) da CPMF preocupa”, diz o economista.