Economia

Setor sucroenergético teve no ano passado pior saldo de empregos desde 2007

Principal Estado produtor, São Paulo apresentou saldo negativo de 14.591 postos no ano passado, expressivo aumento ante o de 2013, quando a diferença ficou negativa em 903 postos

Setor sucroenergético teve no ano passado pior saldo de empregos desde 2007 Setor sucroenergético teve no ano passado pior saldo de empregos desde 2007 Setor sucroenergético teve no ano passado pior saldo de empregos desde 2007 Setor sucroenergético teve no ano passado pior saldo de empregos desde 2007
Em 2014, setor teve pior saldo em sete anos Foto: Agência Brasil

São Paulo – O setor sucroenergético brasileiro registrou em 2014 o pior saldo de empregos desde 2007, quando o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) passou a utilizar a atual metodologia de cálculo. A diferença ficou negativa em 36.807 postos de trabalho formais, em comparação com saldo também negativo de 10.475 em 2013. Pelos dados consolidados, o pior mês de 2014 foi dezembro, quando as usinas normalmente entram em período de entressafra, com demissões superando as admissões em 25.133 postos.

As informações foram organizadas e apresentadas com exclusividade ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, pela subseção da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Principal Estado produtor, São Paulo apresentou saldo negativo de 14.591 postos no ano passado, expressivo aumento ante o de 2013, quando a diferença ficou negativa em 903 postos. As demissões na região, entretanto, se concentraram no mês de novembro, pois o término da safra foi antecipado em virtude da estiagem, que reduziu o volume de cana para ser processada no Estado. Naquele mês, o saldo foi negativo em 14.511 postos.

O ano de 2014 foi particularmente ruim para o setor sucroenergético. Em dificuldades desde a crise do crédito de 2008, as usinas ainda tiveram de enfrentar a pior seca em décadas no Centro-Sul. Muitas unidades, principalmente em São Paulo, desligaram as máquinas até 30 dias antes do habitual.

Para 2015, as perspectivas também não são as melhores. Isso porque a safra de cana tende a ser semelhante à atual em termos de volume. A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) prevê que, na melhor das hipóteses, o Centro-Sul vai processar as mesmas 570 milhões de toneladas esperadas para o ciclo vigente. Sem incremento de matéria-prima para ser moída, a contratação de profissionais acaba perdendo força.