Economia

SP quer viabilizar projeto de navio regaseificador em Santos, diz secretário

SP quer viabilizar projeto de navio regaseificador em Santos, diz secretário SP quer viabilizar projeto de navio regaseificador em Santos, diz secretário SP quer viabilizar projeto de navio regaseificador em Santos, diz secretário SP quer viabilizar projeto de navio regaseificador em Santos, diz secretário

São Paulo – O governo de São Paulo pretende viabilizar a atracação de um navio regaseificador na costa de Santos, litoral Sul paulista. O projeto, revelado nesta terça-feira, 5, pelo secretário estadual de Energia, João Carlos Meirelles, colocaria São Paulo na lista de Estados onde haveria estrutura local para regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) importado. A Petrobras já opera três terminais nas costas do Rio de Janeiro, da Bahia e do Ceará.

De acordo com Meirelles, alternativas já estão sendo estudadas no estuário de Santos, mas outras áreas, como o porto de São Sebastião, também podem ser o destino de navios regaseificadores. “O gás seria escoado pela rede da Comgás que já existe na região”, afirmou o secretário de Energia de São Paulo. A distribuidora de gás também já estaria fazendo adaptações e estudos para escoar o GNL importado e regaseificado no Brasil, segundo Meirelles. O volume possível de um projeto dessa natureza seria de 15 milhões de metros cúbicos diários (m³/d).

A modelagem de um projeto a partir da utilização de um navio regaseificador é estudada no mesmo momento em que o governo de São Paulo e empresas privadas cogitam a construção de um gasoduto que traria para o sistema de distribuição local o gás natural a ser explorado no pré-sal de Santos. “Enquanto trabalhamos na rota 4 (gasoduto), que é algo complexo e que depende de uma série de licitações e licenças, sabemos que precisamos de gás e podemos criar uma oferta crescente, que viria do GNL”, afirmou Meirelles, após participar do Fórum GD e Cogeração – Iniciando um novo ciclo de desenvolvimento, organizado pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) e pelo CanalEnergia.

A oferta potencial de 15 milhões de m³/d poderia ser utilizada para fornecer gás a projetos térmicos a serem instalados em São Paulo. Meirelles destaca que, se o projeto tiver uma térmica associada, até 40% do volume seria destinado para a geração de energia. A destinação firme de gás para uma térmica tornaria mais viável o projeto de importação de GNL e regaseificação na costa paulista.

Recentemente, o grupo Bolognesi e a Genpower, duas empresas com atuação no mercado energético, conseguiram viabilizar a venda de energia a ser gerada em três térmicas a gás, localizadas no Rio Grande do Sul, em Pernambuco (ambas do Bolognesi) e em Sergipe. Os três projetos serão abastecidos com GNL importado.

Térmica

Ao mesmo tempo em que pretende viabilizar a oferta de gás natural em território estadual, o governo de São Paulo também estuda alternativas para aumentar a geração de energia a partir de novos projetos térmicos. Hoje, Meirelles revelou que a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) deve participar da construção de uma térmica com capacidade de 250 MW, próximo à termoelétrica Piratininga. A usina é de propriedade da Emae, porém é operada pela Petrobras. No caso do novo projeto, a Emae seria uma sócia minoritária em uma eventual sociedade de propósito específico (SPE) a ser formada para operar a térmica.

“Já temos um interessado, mas vamos lançar uma chamada pública, ainda neste mês, para identificarmos interessados na implantação da térmica em um terreno que a Emae possui ao lado da Piratininga. A vantagem é que temos dutos de gás e duas linhas de transmissão de alta tensão passando por ali”, salientou Meirelles. O gás para abastecer a térmica poderia vir de disponibilidade ainda existente a partir do gás natural importado via Gasbol da Bolívia.

A térmica, de acordo com o secretário estadual, poderia ser incluída em um leilão já em 2016. Para que esse cronograma seja cumprido, o modelo de negócio e o capital do projeto ainda precisam ser definidos. “Se conseguirmos formatar o modelo de negócio, acho que em um prazo possível de 12 meses temos condição de definir o projeto. Definido o negócio, você pode entrar em leilão um leilão para três anos ou no A-5 (para cinco anos)”, salientou.

Além da térmica em estudo pela Emae, o governo de São Paulo também demonstra interesse na viabilização de grandes projetos geradores, como aqueles estudados pelo grupo AES e dependentes da oferta firme de gás, e de projetos menores, com capacidades de até 100 MW. Um dos projetos mais comentados pela secretaria de Energia de São Paulo é a instalação de um sistema de geração para atender a região da Paulista, onde há um grande número de hospitais. A demanda daquela região, segundo Meirelles, equivale a uma capacidade de 50 MW.

O governo paulista também já enviou à Assembleia de São Paulo um projeto de lei com vistas a autorizar a Cesp, geradora de energia controlada pelo Estado, a formar SPEs com potenciais parceiros. A Cesp seria minoritária em diferentes projetos e teria como função ser um veículo de fomento a novos projetos.

“São ações de médio e longo prazo que iniciamos agora e que mostram que o Estado de São Paulo está retomando um papel de protagonismo”, disse Meirelles. “Estou aqui para convocá-los para um verdadeiro mutirão de energia”, afirmou o secretário diante de uma plateia composta por executivos do setor energético.