Coluna Edu Kopernick

Surge a nova jaguatirica capixaba: Aracruz deve receber quase R$ 7 bi em investimentos até 2028

No mercado imobiliário de Aracruz, o impacto já é visível: o VGV ultrapassou R$ 400 milhões entre 2023 e 2024 e deve superar R$ 700 milhões até 2026. Mais de 2.500 unidades residenciais e lotes estão em fase de obras ou lançamento.

Aracruz deve gerar muita atividade econômica nos próximos três anos em função dos investimentos em logística na região. Crédito: Imagem gerada com IA
Aracruz deve gerar muita atividade econômica nos próximos três anos em função dos investimentos em logística na região. Crédito: Imagem gerada com IA

Todo mundo chama o Espírito Santo de “Onça Brasileira”. É uma referência ao poder de gerar negócios e desenvolvimento, numa alusão aos “Tigres Asiáticos”. Agora a onça dá crias e o município da vez é Aracruz. A “Jaguatirica Capixaba”. A cidade vive um dos momentos mais dinâmicos de sua história recente. Segundo o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), somente entre 2023 e 2028 serão R$ 6,9 bilhões de investimentos em Aracruz. Parte de um montante superior a R$ 12 bilhões destinado à microrregião. 

No mercado imobiliário de Aracruz, o impacto já é visível: o Valor Geral de Vendas (VGV) ultrapassou R$ 400 milhões entre 2023 e 2024 e deve superar R$ 700 milhões até 2026. Nesse sentido, em paralelo, mais de 2.500 unidades residenciais e lotes estão em obras ou lançamentos. Do mesmo modo, uma estimativa da prefeitura é de que 70% sejam lotes. Ou seja: tem para todos os bolsos. Desde empreendimentos do Minha Casa Minha Vida até condomínios de médio e alto padrão.

Dados de mercado apontam que o valor médio do metro quadrado em Aracruz, em 2025, pode superar os R$ 1.000, considerando área residencial em novos empreendimentos e condomínios fechados. Isso é só a média, já que o valor pode subir muito em empreendimentos de alto padrão. O céu é o limite. Em regiões populares ou de expansão urbana, os valores ficam em torno de R$ 100 a R$ 300, conforme tabelas oficiais recentes do município.

Há cinco anos, em 2020, os valores médios do metro quadrado em Aracruz eram bem inferiores. Nesse sentido, nas áreas centrais e bairros valorizados, o metro quadrado girava na faixa de R$ 50 a R$ 220. Ou seja, quem comprou, comprou. 

A transformação de Aracruz

Esse avanço se conecta diretamente ao cenário de grandes transformações que a cidade deve experimentar nos próximos anos. Projetos estruturantes como o Porto da Imetame, com início de operação para 2026, Zona de Processamento de Exportação (ZPE) bem como ParkLogBR/ES devem consolidar Aracruz como um eixo logístico e industrial estratégico para o Espírito Santo. Essas iniciativas têm potencial para atrair empresas, gerar milhares de empregos e fortalecer a cadeia de exportação.

No campo urbano, o município também se prepara para acompanhar esse crescimento. Em 2022 foi aprovada a Macrozona de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental, que organiza o uso do solo nos principais eixos rodoviários. Nos anos seguintes, novas legislações como o Código de Obras, o Código de Meio Ambiente e a criação da Zona de Expansão Urbana (ZEU) e da Zona Industrial ampliaram a segurança jurídica. Do mesmo modo atraíram empreendedores. Essas medidas têm garantido clareza nos processos de aprovação e mais previsibilidade para investidores.

Outro passo importante foi a reestruturação administrativa com a criação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano em 2023, responsável por integrar a análise de projetos residenciais, comerciais e industriais. Do mesmo modo, a modernização segue em ritmo acelerado. A prefeitura está contratando uma plataforma digital que permitirá o licenciamento 100% online, reduzindo prazos e aumentando a transparência. Além disso, já está em andamento a revisão técnica do Plano Diretor, para alinhar densidade, infraestrutura e sustentabilidade à nova vocação territorial de Aracruz.

Edu Kopernick

Editor de Economia

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.