Economia

Tarifaço pode afetar 3,5 mil famílias produtoras de gengibre no ES

O Estado é o maior produtor de gengibre do Brasil, responsável por 75% da produção nacional

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Produção do gengibre capixaba cresce e deve atingir 80 mil toneladas em 2025
Produção do gengibre capixaba cresce e deve atingir 80 mil toneladas em 2025

As tarifas de 50% a produtos brasileiros impostas pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump podem afetar 3,5 mil famílias produtoras de gengibre no Espírito Santo.

O Estado é o maior produtor de gengibre do Brasil, responsável por 75% da produção nacional, que se concentra nos municípios de Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins.

O tarifaço ainda não entrou em vigor, mas desde o anúncio, pelo menos 800 toneladas de gengibre deixaram de ser exportadas para os Estados Unidos, principal país comprador do produto.

Segundo produtor e exportador Rafael Cola, não há espaço no mercado nacional para escoar o produto. Para equilibrar os quadros é necessário encontrar outros países para exportar.

“Não existe demanda para este produto no mercado interno, a gente se fosse tentar fazer esse escoamento não vai ter esse caminho”, disse.

Impacto para agricultores

Um terço do gengibre produzido no Espírito Santo vai para os Estados Unidos, a maior parte dos produtores são pequenos agricultores, como é o caso de Paulo Roberto Reinholz, que conta com cinco pessoas na produção.

Segundo ele, caso o tarifaço seja aplicado ao produto, o próprio sustento pode ser colocado a prova.

“Hoje estamos em cinco, temos ajudantes. É uma renda, ganha-pão nosso, se for taxado mesmo vai prejudicar muito”, afirmou.

O agro capixaba foi responsável por US$ 360 milhões em exportações para os Estados Unidos no primeiro semestre de 2025.

Segundo o produtor e exportador Wanderley Sthur, o gengibre capixaba é considerado o melhor do mundo e é preciso negociar.

“O gengibre do Espírito Santo hoje é considerado o melhor gengibre do mundo, e ele encontrou nessas terras montonhosas o seu cultivo da melhor forma. Temos uma boa capacidade de negociação, de diálogo, de conversa, espero que a gente consiga chegar a um meio termo com nossos importadores americanos”, afirmou.

*Com informações do repórter Lucas Pisa, da TV Vitória/Record

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.