Economia

Tesouro vê risco real de não haver superávit primário até fim do próximo governo

Tesouro vê risco real de não haver superávit primário até fim do próximo governo Tesouro vê risco real de não haver superávit primário até fim do próximo governo Tesouro vê risco real de não haver superávit primário até fim do próximo governo Tesouro vê risco real de não haver superávit primário até fim do próximo governo

Em meio a discussões sobre a criação de um programa permanente de renda mínima, o Tesouro Nacional afirmou nesta segunda-feira, 29, que não há espaço para a criação de novas despesas obrigatórias e que há risco “real” de o Brasil não ter superávit primário antes de 2027.

“Se os cenários mais conservadores de perda de receita se confirmarem, há o risco real de o Brasil não ter superávit primário até o final do próximo governo”, alerta o órgão.

No sumário executivo que acompanha a divulgação de mias um déficit recorde do governo central (R$ 126,6 bilhões), o órgão cita que, nos últimos meses, teve início um debate sobre a necessidade de que alguns programas temporários criados para o combate aos efeitos do coronavírus se transformarem em programas permanentes. “Não há espaço fiscal para a criação de novas despesas obrigatórias no Brasil sem que haja um forte aumento de carga tributária”, afirma o texto.

O órgão cita propostas de criação de programas sociais novos que representam nova despesa de 0,7 a 4% do PIB ou mais por ano. “Apesar do gasto social no Brasil já ser elevado para padrões de uma economia emergente, o seu efeito distributivo é muito pequeno. Há diversas formas de tornar o efeito da tributação e a alocação do gasto social mais distributivo no Brasil sem mexer no total da despesa pública e na carga tributária total”, completa

Para isso, o Tesouro cita a necessidade de reduzir regimes especiais de tributação e fortalecer programas mais distributivos em detrimento de outros que não têm esse efeito. “Não existe gasto público certo ou errado. No entanto, é importante que o custo e benefício das várias opções de tributação e despesa sejam extensivamente debatidos, pois qualquer aumento da despesa permanente (…) levará, necessariamente, à necessidade de aumento da carga tributária para que seja compatível com a sustentabilidade das contas públicas.”

Segundo o Tesouro, o déficit recorde de maio é explicado pela queda “significativa” na arrecadação, combinada ao aumento de despesas para fazer frente à pandemia. Além disso, houve impacto da antecipação do pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas do RGPS no mês.