Economia

Tombini diz que proposta de ajuste já reduz projeção de inflação de longo prazo

Tombini diz que proposta de ajuste já reduz projeção de inflação de longo prazo Tombini diz que proposta de ajuste já reduz projeção de inflação de longo prazo Tombini diz que proposta de ajuste já reduz projeção de inflação de longo prazo Tombini diz que proposta de ajuste já reduz projeção de inflação de longo prazo

Brasília – O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que a expectativa com o ajuste fiscal já tem impacto sobre as projeções de inflação de longo prazo. “A despeito da elevação das expectativas de curto prazo, estamos vendo que a inflação esperada de janeiro a março de 2016, 2017 e 2018 vem caindo, mesmo com inflação mais alta de 2015″, disse ele. Tombini disse que o BC está trabalhando para baixar as expectativas de mais longo prazo.”Essa política já tem impacto. Não vamos esperar até 2018”, afirmou.

Tombini voltou a dizer que o ajuste de preços relativos “está batendo” na inflação de mais curto prazo. Ele explicou ao senadores que o BC não está contendo excesso de demanda, mas outros canais que levam à inflação. Ele citou, como exemplo, o ajuste de preço da taxa de câmbio e dos preços administrados.

O presidente do BC defendeu que a instituição também deve participar do processo de ajuste proposto pelo governo. “Certamente é necessário mostrar austeridade neste momento de ajuste, todo o governo, não só o BC”, afirmou.

Meta fiscal

Ele disse ainda ao senadores que a atual meta de superávit primário é adequada para a estabilização da dívida líquida do setor público. “Acredito que será cumprida a determinação de se buscar ajuste, inclusive com reformas mais estruturais no seguro-desemprego e na pensão por morte”, afirmou. “A meta de superávit primário é compatível com a economia. Caso haja desvio, o ministro da Fazenda vai procurar ajustes para cumprir a meta fiscal”, acrescentou.

Em mais um bloco de respostas aos parlamentares, Tombini disse que neste momento o País sente pico da inflação e isso está refletido nas expectativas do mercado. “Quanto mais ajuste tivermos agora, menos teremos lá na frente”, afirmou. Segundo ele, é preciso quebrar a inércia da inflação, por isso é importante a continuidade da vigilância. “Não estamos enxugando gelo, já temos algum resultado para mostrar”, argumentou.

Repasse do câmbio

Tombini disse também que, apesar de o movimento na taxa de câmbio ser grande, o repasse não ocorre na mesma magnitude. De acordo com ele, esse repasse estaria entre 5% e 10% em 12 meses. “Precisamos cuidar para que isso não se alastre para outros segmentos da economia. Esse repasse é limitado por alguns fatores, como PIB menor, preços das commodities em queda e efeitos do dólar também em outras moedas, como o euro”, afirmou.

Sobre o programa de swaps cambiais ofertado pelo BC, ele disse que “não são para segurar o câmbio em nenhum nível”. Segundo ele, o swap é um instrumento para assegurar estabilidade econômica e financeira no País. “O instrumento de swap é cumulativo e é reciclado, pois fica girando. O swap é para que empresas não saiam quebrando ao primeiro soluço do câmbio”, definiu.

Em resposta ao senador José Serra (PSDB-SP), Tombini defendeu a atual condução da política monetária mesmo em um cenário de desvalorização do real. “Tem muita gente que diz que é preciso um câmbio cavalar para ajudar a balança comercial, mas não necessariamente. Não usamos os juros para segurar o câmbio, o câmbio está andando”, afirmou. “O regime de metas de inflação é bom porque deixa o câmbio flutuar para tomar conta do balanço de pagamentos e usa os juros para conter efeitos secundários das variações de câmbio”, concluiu.