Artigo escrito por José Antonio Bof Buffon, secretário executivo da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio-ES
O ano de 2025 ficará registrado como um marco na trajetória recente do turismo no Espírito Santo. Não se trata apenas de números, eventos ou obras anunciadas. Trata-se, sobretudo, de uma mudança qualitativa na forma de pensar, planejar e fazer turismo, baseada em cooperação institucional no curto prazo, priorização estratégica e construção coletiva de uma visão de longo prazo.
Depois de anos de iniciativas fragmentadas, o turismo capixaba começou a operar como sistema. Ou seja, integrando governo, iniciativa privada, Sistema S, entidades empresariais, instâncias de governança regionais e municípios (ainda poucos). Essa convergência gerou resultados concretos e abriu caminhos estruturantes para o futuro.
Governança, planejamento e alinhamento institucional
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O primeiro grande avanço de 2025 foi a formação de uma Governança Estratégica do Turismo, reunindo Sestur-ES, Contures, Sebrae-ES, CET-ES/Fecomércio-ES e outros parceiros estratégicos do setor privado. Essa articulação permitiu alinhar agendas, evitar sobreposições e construir consensos mínimos sobre prioridades.
Nesse ambiente de maturidade institucional, o Espírito Santo avançou de forma decisiva na elaboração e entrega do Plano de Marketing Turístico do Estado. Nesse sentido, o documento é fundamental para orientar ações promocionais, posicionamento de mercado e decisões de investimento. Paralelamente, foram implementadas ações integradas de promoção e marketing, superando a lógica de iniciativas isoladas e episódicas.
Outro movimento relevante, liderado pela Setur-ES e pelo Sebrae-ES, foi a aproximação com operadoras de turismo e companhias aéreas. Assim, criando bases mais sólidas para ampliação da conectividade, diversificação de mercados emissores bem como fortalecimento da imagem do Espírito Santo como destino turístico competitivo.
Resultados concretos e fortalecimento da base econômica
Os efeitos desse novo arranjo institucional começaram a aparecer de forma clara. O Aeroporto de Vitória registrou movimento recorde de passageiros, enquanto os segmentos de comércio e serviços ligados ao turismo apresentaram elevação consistente. Ou seja, no nível de atividade, acima da média nacional, sinalizando aquecimento real da economia do setor, geração de renda bem como de oportunidades de trabalho.
Eventos tradicionais também ganharam novo patamar de organização e impacto econômico. Como o FAMTOUR da Festa da Penha, que procura reforçar o turismo religioso como ativo estratégico do Estado. Nesse sentido, com planejamento, estrutura bem como integração com a cadeia produtiva.
Qualificação, inclusão e interiorização do turismo
Este ano também foi um ano de forte investimento em formação, capacitação e inclusão. O lançamento da Escola Capixaba de Hospitalidade e Turismo, a TOUR-ES, fruto da parceria entre Fecomércio-ES, Senac-ES e Sesc-ES, representa um divisor de águas. Tanto na qualificação profissional quanto na construção de carreiras no setor.
A retomada dos cursos de formação e aperfeiçoamento de guias de turismo, em articulação entre Sebrae-ES, Senac-ES e Sesc-ES, reforça a base técnica e profissional indispensável para um turismo de qualidade, sustentável e competitivo.
Outro destaque foi o lançamento das Agências de Turismo Social do SESC-ES. Aconteceram em Cachoeiro, Colatina, Linhares, São Mateus, Vila Velha, Guarapari, Domingos Martins bem como em Aracruz. Elas ampliam o acesso ao turismo, promovem inclusão social bem como estimulam fluxos internos pelo território capixaba.
Fortalecimento da governança regional e visão de futuro
No plano da governança territorial, a criação da CET-ES Guarapari fortaleceu a articulação e governança entre as entidades privadas da cidade. Do mesmo modo isso permitiu a consolidação de instâncias local comprometida como uma visão de longo prazo para a cidade planejamento e estratégia. O Fortalece Guarapari, resultado desse processo de cooperação na cidade, construído pelos atores públicos e privado, fornece as linhas de trabalho de longo prazo.
Eventos institucionais como o Conectures, promovido pela Fecomércio-ES e CET-ES em alusão ao Dia Mundial do Turismo, reforçaram o diálogo, a troca de experiências e o alinhamento de visões entre os diversos atores do setor.
Encerrando o ano com olhar para o futuro, a oficina Cetur/CNC em parceria com a CET-ES/Fecomércio-ES, preparatória para a Oficina de Priorização do programa Vai Turismo, que será realizada em 2026, joga luzes sobre as prioridades. Estas que serão, oportunamente, apresentadas no curso do processo eleitoral, aos candidatos ao Governo do Estado do Espírito Santo.
Como símbolo de um novo ciclo, foi licitado o consórcio de empresas para a construção do tão desejado Novo Centro de Eventos, em Carapina. Uma obra estruturante para o turismo de negócios, eventos bem como convenções, com efeitos diretos sobre toda a economia capixaba.
Mais que conquistas: um método e um caminho
O balanço de 2025 revela algo maior do que um conjunto de ações bem-sucedidas. Revela que quando há cooperação, planejamento, prioridade e visão compartilhada, o turismo deixa de ser promessa. Passa a ser política pública consistente e vetor real de desenvolvimento.
O Espírito Santo deu passos firmes para transformar seu potencial turístico em estratégia econômica estruturada. Os desafios permanecem, mas a base foi lançada. E, talvez mais importante, ficou claro que o turismo capixaba funciona melhor quando é construído a muitas mãos, com método, confiança e propósito comum. 2025 foi um ano de virada. Que seja também o início de um ciclo duradouro.
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