Economia

Unctad vê governos capazes de lidar com alto preço de energia no curto prazo

Unctad vê governos capazes de lidar com alto preço de energia no curto prazo Unctad vê governos capazes de lidar com alto preço de energia no curto prazo Unctad vê governos capazes de lidar com alto preço de energia no curto prazo Unctad vê governos capazes de lidar com alto preço de energia no curto prazo

A crise na Ucrânia irá deixar “profundas e duradouras cicatrizes”, inclusive nos setores de energia, alimentação e finanças. Em relatório divulgado nesta quarta-feira, 13, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês) foca nos impactos e recomendações para lidar com tais consequências e ressalta, porém, que, ao menos no curto prazo, os governos têm capacidade de administrar os altos custos de ativos energéticos para proteger consumidores.

A Unctad pontua que os avanços nos preços de energia têm o potencial de provocar efeitos colaterais por todos os mercados globais. Entre as recomendações da organização no curto prazo, estão as medidas de coordenação entre países desenvolvidos, como a adotada pela Agência Internacional de Energia (AIE) e liderada pelos Estados Unidos para liberação de reservas estratégicas de petróleo. Buscar alívio para os mais vulneráveis e testar medidas de eficiência energética também estão entre as sugestões, além de um compromisso para apoiar financeiramente o acesso à energia pela Ucrânia.

Já em um intervalo médio, estão as recomendações para investimentos em alternativas sustentáveis e infraestruturas, além de avanço nas ações para transição energética.

No longo prazo, os aumentos nos preços de petróleo e gás podem levar a efeitos compensatórios, destaca o relatório. “Por um lado, investimentos podem voltar para indústrias extrativas e geração de energia baseada em combustíveis fósseis, correndo o risco de reverter a tendência de descarbonização documentada nos últimos cinco a dez anos. Por outro, também pode acelerar a transição para fontes alternativas de energia, especialmente em países que desejam fortalecer sua resiliência energética por meio de fontes mais locais. Ainda não se sabe qual tendência prevalecerá”.

A Unctad destaca que o cumprimento do Acordo de Paris e da Agenda de Energia 2030 depende muito das lideranças. Além disso, antes mesmo da guerra, os mercados de petróleo já estavam apertados, com forte demanda de consumidores e maior crescimento econômico em 2021. Desde a invasão, porém, as sessões têm sido mais voláteis, em especial, com o compromisso dos EUA de liberar 180 milhões de barris de petróleo nos próximos seis meses, destaca a organização.

Depois de ter feito a revisão da projeção para crescimento global em 2022, com queda de 1 ponto porcentual devido à guerra, a Unctad pede ação conjunta entre países, do setor privado ao público e envolvendo a sociedade para mecanismos eficazes que apoiem a recuperação internacional.

No setor financeiro, por exemplo, faz apelos diretos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para aumentar e manter limites de acesso para facilidade de créditos por países. “Esperar meses para colocar em prática as medidas necessárias para evitar mais uma década perdida para o desenvolvimento, uma crise de dívida generalizada e instabilidade social e política não é aceitável”, afirma.