Economia

Com otimismo, Azul tenta recuperar perdas da crise provocada pela pandemia

Em novembro, a empresa captou R$ 1,7 bilhão emitindo debêntures conversíveis em ações

Com otimismo, Azul tenta recuperar perdas da crise provocada pela pandemia Com otimismo, Azul tenta recuperar perdas da crise provocada pela pandemia Com otimismo, Azul tenta recuperar perdas da crise provocada pela pandemia Com otimismo, Azul tenta recuperar perdas da crise provocada pela pandemia
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Os primeiros alertas da gravidade da crise da covid-19 chegaram à Azul pela United Airlines, que detém 8% de participação da empresa. Em uma reunião do conselho de administração em 9 de março, o representante da companhia americana informou que, no exterior, a crise já era grave e que a United vinha sofrendo. Apesar do recado, a direção da Azul pensou que, no Brasil, dado o clima tropical, a situação poderia ser diferente.

Três semanas depois, a receita da empresa caiu a quase zero e um evento que estava agendado para o fim de março, em que a Azul inauguraria um novo hangar em Campinas e anunciaria que havia sido eleita a melhor companhia aérea do mundo pela plataforma de viagens Tripadvisor, foi postergado.

“Gastamos dinheiro preparando um grande evento e, de repente, nem podíamos fazer a festa. Até agora não fizemos a inauguração do hangar”, diz o presidente da empresa, John Rodgerson.

Para os funcionários da área administrativa, a Azul instaurou, então, um regime de home office, mas a diretoria continuou indo ao escritório para discutir as medidas para preservar o caixa.

No prédio em Barueri, em São Paulo, em que costumam trabalhar 1.500 pessoas, houve dia em que eram apenas 13 funcionários – membros do comitê executivo, da área de recursos humanos e do planejamento de frota e malha.

Logo, a companhia começou a negociar dívidas e pagamentos com credores, fornecedores e funcionários. “Nosso plano foi simples: todo mundo tem de ajudar. Se você depende da Azul na sua vida, terá de ajudar. Eu falei: ‘se você der prazo, vai receber 100% do que é devido, mas, se eu tiver de ir para recuperação judicial, você vai receber bem menos’. É o clássico sanguessuga: se todo mundo que depende da gente tira todo nosso sangue agora, vai morrer um mês depois.”

Com os funcionários, o acordo foi que a maioria entraria em licença não remunerada. Dos 13,8 mil, 11,7 mil ficaram sem trabalhar e sem receber por pelo menos um mês. A empresa não diz quantos ainda estão nessa situação nem o número de demitidos.

Em novembro, a Azul captou R$ 1,7 bilhão emitindo debêntures conversíveis em ações. A injeção de capital veio pouco depois de a empresa sentir os primeiros sinais de melhora no setor. “Não estamos a cinco anos de uma vacina. Estou vendo luz no fim do túnel.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.