
Outubro foi a toda velocidade para o comércio exterior capixaba. O Espírito Santo registrou crescimento com destaque para a importação de veículos. Segundo relatório do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) o valor importado alcançou cerca de US$ 1,20 bilhão (R$ 6,3 bilhões), alta de 8,43% frente a setembro e de 19,39% frente ao mesmo mês do ano anterior. O principal produto de importação foram os veículos automóveis, partes e acessórios, que representaram 37,32% do total.
Essa concentração reforça a posição do Estado como rota estratégica para bens de alto valor agregado. Com esse desempenho, o Espírito Santo assumiu a 7ª posição entre as unidades da federação no ranking nacional de importações.
Entretanto, essa evolução traz também desafios. Apesar da elevação nas importações, o saldo da balança comercial permaneceu negativo para o Estado em outubro. Esse cenário exige atenção para evitar que o crescimento seja apenas de volume sem tradução em benefício de longo prazo para a economia capixaba.
Com a movimentação de veículos e suas partes em destaque, empresas de transporte, armazenagem e serviços associados podem se beneficiar desse impulso. Além disso, o Estado pode aproveitar para fortalecer cadeias de valor local, agregando serviços de manutenção, adaptação e distribuição desses veículos importados. Nesse sentido, a expansão do setor representa ganho duplo: maior receita de importação e estímulo à economia local.
Além de veículos, exportações
Em paralelo às importações, o comportamento das exportações capixabas em outubro foi um pouco diferente. Segundo o IJSN, as exportações do Estado foram de aproximadamente US$ 883,6 milhões (R$ 4,6 bilhões) em outubro/2024, com queda de cerca de 4,02% frente a outubro/2023. Dessa forma, a corrente de comércio (exportações + importações) subiu cerca de 8,18%, mostrando que o aumento importador foi mais forte que qualquer retração exportadora. Esse dado reforça que o comércio exterior do Estado está sendo impulsionado, principalmente, pela entrada de bens, não necessariamente pela elevação das vendas externas.
Para os próximos meses o Espírito Santo deve equilibrar importações e exportações com atenção à diversificação de produtos e origens. O foco em veículos como maior produto de importação já evidencia uma especialização crescente. Contudo, a economia local terá mais ganhos se esse fluxo for acompanhado por agregação de valor, desenvolvimento de fornecedores locais e aumento das exportações de bens de maior valor.