
Uma cidade inteira que vai se transformar em um hub de inovação. Essa é a proposta do projeto Vila Valley, que reúne governo, academia, empresas e sociedade civil. Um esforço para estruturar um ecossistema capaz de transformar Vila Velha em um hub de tecnologia, criatividade e negócios sustentáveis. A iniciativa nasceu dentro do programa Cidade Empreendedora, do Sebrae, e vem sendo construída desde 2021 com ações coordenadas e metas claras para os próximos anos. O projeto Vila Valley foi apresentado no encontro “Café da Assevila”, nesta terça (9).
Os resultados esperados até 2029 mostram a ambição do plano: incubação de 150 startups, aceleração de mais 100, capacitação de mais de dois mil estudantes, 10 parcerias internacionais, 200 empresas parceiras, ao menos a solução de 100 desafios públicos e mais de R$ 50 milhões mobilizados. O ecossistema quer posicionar Vila Velha como referência em inovação sustentável e integração entre poder público, universidades e setor produtivo.
Para fazer tudo isso andar, o projeto já recebeu R$ 600 mil do Funcitec. É um fundo estadual de Ciência e Tecnologia para financiar projetos de ciência, tecnologia e inovação. Ele é gerido pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
“É uma forma de o setor produtivo apontar quais demandas precisam de soluções. Esse é o objetivo dos empresários de Vila Velha, mudar a cidade para melhor com respostas a problemas que vivemos no dia a dia”, disse o presidente da Assevila, Thomaz Tomasi.
Hub de inovação alinhado com objetivos reais
A estruturação do ecossistema começou com o manifesto pela inovação, a criação do Comitê Gestor do Ecossistema Local de Inovação e bem como a inscrição de Vila Velha no Prêmio Nacional de Inovação. Esse processo evoluiu para um planejamento estratégico alinhado a documentos como o Plano ES 500 anos, o Plano Estadual de Ciência e Tecnologia bem como o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial. O projeto também adota o conceito de hélice quíntupla. Ou seja, integra sustentabilidade às tradicionais interações entre governo, empresas, academia e sociedade.
O Vila Valley estrutura-se em verticais estratégicas, como PropTech & Cidades Inteligentes e Economia Criativa & Turismo. Ou seja, reflete as vocações econômicas do município. A proposta inclui programas de pré-incubação, incubação e aceleração de startups, integração com empresas tradicionais bem como ações de internacionalização de negócios. O foco é conectar logística, saúde, alimentos e bebidas, economia criativa e tecnologia, formando um ambiente competitivo e pronto para escalar soluções.
“O Vila Valley já vai começar os trabalhos imediatamente em um andar inteiro cedido pela UVV, enquanto as reformas da Casa Amarela, na Prainha, ainda não estão prontas. A universidade participa ativamente da execução do plano. E também já temos parcerias fechadas com duas universidades dos Estados Unidos e uma da Austrália. É um projeto grandioso”, disse o professor Alexandre Coutinho, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da UVV.
Programas, epicentro e governança
Entre os programas apresentados estão Startup Valley, Science Valley, Global Log Valley, Connect Valley, Creative Valley e o Vila Velh(IA). Este último voltado para educação em inteligência artificial. As iniciativas incluem geração de startups baseada em metodologia do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Nesse sentido, com formação técnica em logística 4.0, desafios corporativos, trilhas de IA para jovens e ações voltadas à inclusão digital. Tanto para públicos de pessoas 50+ quanto para negros. O ecossistema também prevê uma plataforma de vitrine de soluções, o Garage Valley, que conectará projetos, investidores e empresas.
A Prainha, um dos bairros históricos de Vila Velha, será o epicentro da governança do Vila Valley. A Casa Amarela, prédio emblemático e símbolo do passado da cidade, está sendo transformada na sede oficial do projeto. O espaço abrigará ambientes de inovação, laboratórios criativos, áreas de convivência e estrutura para eventos. Vai funcionar como um “laboratório vivo” para iniciativas culturais, turísticas e tecnológicas.
E falando em governança, os grupos de trabalho do Vila Valley vão contratar, no mercado, um CEO para comandar as ações do projeto.
O Vila Valley é descrito como um projeto construído “a várias mãos”. Ou seja, reune gestores públicos, instituições de ensino, empresários, investidores e especialistas do Brasil e do exterior. A Assevila, universidades, Sebrae, governo estadual e profissionais internacionais já participam da governança. A proposta agora é ampliar o engajamento da comunidade para que novos integrantes se tornem cofundadores do movimento.