Formação transformadora em comunidades depende da educomunicação Formação transformadora em comunidades depende da educomunicação Formação transformadora em comunidades depende da educomunicação Formação transformadora em comunidades depende da educomunicação
Formação em Comunidades Depende da Educomunicação
Foto: Freepik

A Comunicação aliada à Educação em projetos sociais é um elemento-chave para estabelecer laços sólidos e eficazes com as comunidades atendidas, e para promoção da convocação de vontades para uma participação efetiva.

O Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES) buscou provocar, na edição 2024 do seu programa “Sinepe em Ação”, a que as instituições de ensino participantes, concebessem projetos tendo em vista uma harmonização com os objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, e dos princípios da política ESG (Enviromental, Social, and Governance).

Nessa direção, as premissas educomunicativas também foram acionadas e tem sido evidenciadas em alguns projetos aos quais tive acesso, o que é um ótimo sinal e motivo de celebração para o campo da Educomunicação.

Perceber que, as instituições de ensino estão atentas aos processos de interlocução nas suas ações junto às comunidades é sinal de respeito e consideração, o que integra o escopo educomunicativo. A comunicação é indispensável na visibilidade das ações para a sociedade. Contudo tem uma valiosa contribuição no intercâmbio de saberes e fazeres constituídos em âmbito acadêmico, no que tange ao aspecto relacional.

O delineamento de relações de confiança e compreensão mútuas no contexto do desenvolvimento de ações positivas em comunidades, preza o diálogo e a negociação entre as partes. Os atores sociais nas comunidades precisam acreditar que suas necessidades e preocupações estão sendo de fato escutadas e levadas em consideração pelas empresas, como apregoa a teoria da Educomunicação, de se pensar a comunicação.

Somente na perspectiva de um diálogo real será possível às organizações públicas e/ou privadas alcançarem o apoio interno para sustentação das políticas de melhoria social em comunidades. A intervenção não deve ser executada, de forma alguma, na vertente verticalizada, com o adentrar invasivo no território alheio, subtraindo saberes, anseios, ideias, informações e projetos próprios da comunidade adentrada.

Essa ação de interferência, de cima para baixo, se assemelha às práticas educativas do ensino tradicional, que desconsidera os sujeitos e seus conhecimentos genuínos.

Os projetos sociais empresariais precisam acionar as teorias freireanas, assentando todo o processo no tripé educador-educando-objeto do conhecimento, no qual o educador não é mais visto apenas como o mediador dos saberes, uma vez que o objeto de conhecimento é transformado pelo educando.

Desse modo, educadores e educandos são sujeitos estratégicos do processo educacional, que buscam a transformação do seu contexto, de forma reflexiva e crítica, mediante a execução de uma educação não-formal, com uma meta emancipatória do cidadão.

Paulo Freire, nosso grande educador e extensionista, sempre apostou no processo dialógico, por meio de canal de compreensão e intercâmbio com os educandos. Somente nessa ótica as organizações vão cumprir seus propósitos e alcançar a eficácia.

Por meio da dialogia há o desenvolvimento de um pensamento crítico, e o fomentar da intencionalidade compartilhada de mudança. Nesse cenário enseja-se a formação de uma cidadania ativa e participativa na comunidade.

No projeto “Construindo pontes: soluções internacionais para problemas locais em políticas públicas e direitos humanos”, da Universidade Vila Velha (UVV), verifica-se a premissa dialógica, no vislumbre das atividades propostas. O cerne é a promoção do empoderamento dos cidadãos dos territórios de atuação do projeto para participarem ativamente na construção de sociedades mais justas e democráticas.

O projeto tem como objetivo central promover os direitos humanos e assegurar a perspectiva cidadã nos bairros Darly Santos e Pontal das Garças, por meio da gestão pública sustentável.

A linha de extensão prioritária se concentra na formação, capacitação e qualificação de indivíduos, visando fortalecer suas habilidades e competências para uma gestão mais eficaz e inclusiva, e de contribuição ao fortalecimento das lideranças civis e membros da sociedade civil desses territórios, visando a constituição de uma participação ativa da comunidade na formulação e implementação de políticas públicas inclusivas e democráticas.

A força educomunicativa do projeto se dá na concepção de atendimento à ODS 17/ Unesco – parcerias e meios de implementação, incentivando a colaboração entre universidade, governo, sociedade civil e organizações internacionais no direcionamento da implementação de práticas eficazes de gestão pública e promoção do desenvolvimento sustentável em nível local e global.

As atividades previstas incluem a realização de cursos, workshops e seminários sobre temas relacionados aos direitos humanos, justiça social, gestão pública, regimes e instituições internacionais, e políticas públicas internacionais.

Além de articulações para promoção da participação nas comunidades. Quando se fala em formação de lideranças locais e do engajamento da comunidade é imprescindível que seja suscitada a perspectiva educomunicativa.

Ivana Esteves

Colunista

Graduada em Comunicação – Jornalismo / Ufes (1990), licenciada em Pedagogia Ipemig/ MG (2022), Pós-Graduação em Marketing, Faesa (2000), Mestrado em Letras pela Ufes (2004), e é Doutora em Letras pela Ufes (2015), Pós- doutora em Educação na Unesp/PP/SP (2017). Licencianda em Letras (Ifes) e cursando complementação pedagógica na Estácio. Atua em Educação para a Mídia (Educomunicação), e na formação de professores da rede pública e privada.

Graduada em Comunicação – Jornalismo / Ufes (1990), licenciada em Pedagogia Ipemig/ MG (2022), Pós-Graduação em Marketing, Faesa (2000), Mestrado em Letras pela Ufes (2004), e é Doutora em Letras pela Ufes (2015), Pós- doutora em Educação na Unesp/PP/SP (2017). Licencianda em Letras (Ifes) e cursando complementação pedagógica na Estácio. Atua em Educação para a Mídia (Educomunicação), e na formação de professores da rede pública e privada.