
A inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas uma promessa e se consolidou como uma realidade que já impacta a rotina das pessoas. Esse foi o tom do InovaWeek 2025, promovido pela Universidade Vila Velha (UVV), que encerrou sua programação na última quinta-feira (18).
O evento reuniu debates sobre inovação e destacou o papel da inteligência artificial no futuro da educação superior. Entre os destaques, esteve a palestra do professor Jefferson Cabral, diretor de relacionamento com o mercado da UVV, que chamou a atenção para a necessidade de adoção consciente da IA nos processos acadêmicos e administrativos.
Segundo ele, a tecnologia não deve ser vista como ameaça ao ensino, mas como aliada estratégica. A possibilidade de personalizar conteúdos, otimizar a gestão universitária e facilitar o acesso ao conhecimento são alguns dos caminhos já visíveis.
No entanto, Jefferson ponderou que essa transição exige preparo tanto das instituições quanto dos docentes.
As universidades precisam se adaptar rapidamente para que a IA seja incorporada de forma ética e responsável, sem substituir o senso crítico que deve ser desenvolvido nos alunos.
Jefferson Cabral, diretor de relacionamento com o mercado
Ainda segundo ele, a aplicação de tecnologias habilitadoras, como a IA, deixou de ser tendência para se tornar um fator de sobrevivência para instituições e profissionais.
A adoção dessas tecnologias reconfigura a maneira como a educação e o conhecimento têm sido disponibilizados. Estamos diante de um cenário em que não se trata mais apenas de inovação, mas de sobrevivência para os negócios, para o profissional e para a sociedade.
Jefferson Cabral, diretor de relacionamento com o mercado
O professor destacou que a UVV tem trabalhado em duas frentes: a aplicação da IA nos processos internos – beneficiando colaboradores, professores e alunos – e na conexão com o mercado, desenvolvendo soluções alinhadas às demandas empresariais.
Entre as iniciativas, Cabral citou o Laboratório de IA, lançado este em 2025, que busca criar ferramentas para melhorar a jornada acadêmica e também atender desafios do setor produtivo.
A batalha da atenção

Um dos pontos centrais da fala de Cabral foi a chamada “batalha da atenção”, enfrentada diariamente por pessoas e organizações diante do excesso de estímulos digitais.
Nesse contexto, a inteligência artificial surge como ferramenta capaz de atuar de forma mais assertiva e estratégica, auxiliando tanto no ensino quanto no mercado a oferecer soluções direcionadas e de impacto real.
Para o professor, não basta estar conectado: é preciso se apropriar da tecnologia como ferramenta para desenvolver habilidades, pensamento crítico e resolver problemas complexos. Ele reforçou que a universidade tem trabalhado na alfabetização digital de docentes, técnicos e alunos, incorporando a IA em atividades curriculares, avaliações e práticas de ensino.
O olhar do mercado

A palestra também ganhou reforço do ex-ministro da Economia Paulo Guedes, convidado especial do evento. Ele destacou a relevância de encontros como o InovaWeek para aproximar universidades, empresas e estudantes.
“A universidade fornece conhecimento e inovação, os jovens trazem novas ferramentas e as empresas ganham produtividade. Essa interação é essencial para transformar carreiras e processos”, disse Guedes.
O economista defendeu ainda que a IA não substitui o ser humano, mas amplia suas capacidades.
Não devemos ter medo das máquinas. Elas nos ajudam a viver melhor. A diferença estará entre quem souber usá-las corretamente e quem ficar para trás.
Paulo Guedes, ex-ministro da educação
Impacto da IA nos negócios
Realizado entre os dias 15 e 18 de setembro, no campus Boa Vista da UVV, o InovaWeek 2025 reuniu estudantes, empreendedores e especialistas para discutir o impacto da IA nos negócios, serviços e na sociedade.
Além de palestras, o evento contou com o ExpoInova, mostra de projetos acadêmicos conectados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, apresentações culturais e competições estudantis.
Com o tema “AI Facilities: For Best Generation”, o encontro reforçou o compromisso da universidade em promover a inovação como ferramenta de transformação social.