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Ator inglês Rowan Atkinson, o Mr. Bean, comemora 60 anos

Redação Folha Vitória

São Paulo - Mr. Bean entra em um quarto de hotel, espia a vista possível da janela, senta na cama, troca os canais da televisão com o controle remoto. Tudo ordinário, não fosse por Rowan Atkinson. O ator que completa 60 anos nesta terça-feira, 6, transformou o ordinário em graça. O comum em piada.

Britânico nascido em Consett, uma cidade localizada na região nordeste da Inglaterra, Atkinson imortalizou a figura cômica de Bean, personagem com o qual manteve um seriado próprio ao longo de cinco anos, de janeiro de 1990 a 31 de Outubro de 1995, mas o personagem só veio depois que ele mesmo já havia estabelecido certa fama no difícil e disputado cenário da comédia britânica.

A voz dele, desconhecidas para os fãs apenas de Mr. Bean, foi o que levou Rowan ao início da caminhada para a fama. Na BBC Radio 3 estrelou The Atkinson People, um programa de entrevistas bem ácidas e cheias de sátiras escrito por ele e Richard Curtis, roteirista de sucessos do cinema inglês como Quatro Casamentos e um Funeral, O Diário de Bridget Jones e Um Lugar Chamado Nothing Hill, mas, principalmente, parceiro no seriado Mr. Bean.

Ao lado de Curtis, Rowan passou para a televisão. Em 1979, o rosto carismático do ator, com suas caras e bocas já nossas conhecidas, estavam em Not the Nine O'Clock News, cujo roteiro incluía Curtis. Na época, Rowan e Curtis trabalharam com John Lloyd, criador da série. E com ele, a dupla conseguiu emplacar o seriado Blackadder - possivelmente o segundo maior sucesso de Rowan. O seriado brinca com a história britânica colocando uma espécie de desajustado, sempre vivido por Rowan, em diferentes momentos da história do Reino Unido, desde a Idade Média, na corte do Rei Ricardo III, passando pela Primeira Guerra Mudial. A série foi colocada em uma lista da revista Empire como uma das 20 melhores seriados de televisão de todos os tempos.

Com Not the Nine O'Clock News e Black Adder the Third , Rowan ganhou dois prêmios do Bafta, mas foi com Mr. Bean, um personagem criado por ele em uma tese de mestrado em Oxford, que a massificação chegou.

A série Mr. Bean chegou a atingir níveis altos de audiência no Reino Unido, rompendo a barreira de 18 milhões de telespectadores e chegou a 245 países do mundo.

No Brasil, o personagem foi exibido como quadro do Fantástico, da TV Globo, passando por outros canais, como a Band e Canal Viva. Ainda era o momento pré-internet, e entenda, para que atrações cruzassem o oceano Atlântico, era necessário ser um fenômeno de grande escala. Até mesmo o veículo usado por ele, um minúsculo British Leyland Mini 1000, com aquela cor de caneta marca-texto, ganhou fama própria como "o carro de Mr. Bean."

Animações, dois filmes e uma porção gigante de outros produtos baseados no personagem que pouco fala renderam a Rowan uma fortuna de £ 85 milhões. Ainda rendeu um Johnny English, personagem que parece ser o encontro entre Bean e o espião James Bond. Ou melhor, um espião como James Bond, com a cabeça de uma criança como Bean. O personagem ganhou dois filmes - e foram as duas últimas aparições de Rowan nas teleonas.

Atualmente, o personagem está aposentado. "Quando se passa dos 50 anos de idade, não faz sentido interpretar uma criança", disse Rowan quando anunciou que Bean ganharia descanso. Do banal, Bean arrancava o nosso sorriso quase que à força, como se fosse impossível não se divertir com a palhaçada exibida na telinha. Não por acaso, Bean foi escolhido para estar na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Londres, em 2012. Uma figura eternizada do humor e das peculiaridades britânicas.

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