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Após gravar em Cachoeiro, ator afirma que ‘fazer cinema no Brasil é ato de coragem’

Marcos Reis interpretou o personagem Kadmo na primeira fase da novela A Terra Prometida e esteve no Estado para gravar as cenas do curta ‘Não Me Deixa Aqui Sozinha’

O ator Marcos Reis gravou as cenas do curta 'Não Me Deixe Aqui Sozinha', durante dois dias, em Cachoeiro Foto: ​Alissandra Mendes

As filmagens do curta metragem ‘Não Me Deixa Aqui Sozinha’, de Marcoz Gomez, no distrito de Soturno, em Cachoeiro, foram concluídas nesta semana, após a gravação final com os atores Bárbara Fornarolli e Marcos Reis. O ator interpretou o personagem Kadmo na novela A Terra Prometida.

Marcos conta que não hesitou em aceitar o convite do cineasta após a leitura do roteiro. “Todo artista tem um lado de eterno sonhador e ao longo da caminhada sempre encontra com outros sonhadores. Quando o Marcoz me contou o roteiro, me vi fazendo o curta. A característica de reunir a equipe local enriqueceu o filme. Saio daqui mais renovado e enriquecido para os próximos trabalhos”, comenta.

Esse não foi o primeiro curta na carreira de Marcos Reis. “Já fiz alguns. O curta é uma oportunidade muito bacana para o artista que está começando. Esse é o primeiro que gravo no Espírito Santo. Já fiz um longa de guerrilha. Fazer cinema no Brasil é um ato de coragem”, continua.

Com passagens pelo teatro, cinema e TV, o ator garante que cada um tem uma diferença peculiar. “O trabalho na essência é o mesmo. Temos que fazer o público embarcar na história. No teatro, o trabalho está mais na mão do ator. No cinema, o ator se torna parceiro do diretor para contar a história. Já a televisão, pega uns elementos do cinema, mas é outro tamanho de indústria, outra demanda”, explica o ator.

Ele ressalta que fazer A Terra Prometida foi uma grande experiência em sua carreira. “Escrita pelo Renato Modesto, que conheceu meu trabalho no teatro, e com direção do Alexandre Avancini, estar em A Terra Prometida foi uma experiência bacana. Quero ocupar meu espaço na TV e no cinema, isso enriquece a carreira. Após o sucesso de Os 10 Mandamentos, que consolidou o horário e público, A Terra Prometida tinha o ambiente de manter o sucesso, mas não com uma energia de cobrança e sim um entusiasmo saudável. Para nós, foi importante estrear uma novela no horário em que a anterior tenha feito sucesso”, garante.

A equipe que trabalhou na produção do curta é de Cachoeiro Foto: ​Miro Koppe

A novela vai ao ar até o mês de março. “A minha participação foi até a primeira metade da novela, e foi até setembro, mas meus colegas ainda gravaram até o fim do ano passado. Foi uma experiência muito rica. O formato de novelas com características de uma história épica vem ganhando cada mais força. A forma como a Record tem investido nessa linguagem e nesse formato para contar passagens bíblicas, que também contam a formação da humanidade”, frisa.

Quanto ao futuro, Marcos Reis vai estrear um peça ainda neste semestre. “Estou ensaiando uma peça em São Paulo com a Letícia Tomazella, que também fez A Terra Prometida, e, provavelmente, a estreia será ainda esse semestre, com direção da Clarisse Niskier, do Rio de Janeiro. Estou conversando sobre televisão, mas ainda nada de concreto. Quero focar na peça”, completa.

Curta levanta tema importante

O curta metragem, filmado em Soturno, tem roteiro e direção do cineasta carioca Marcoz Gomez Foto: ​Alissandra Mendes

O roteirista e diretor do curta, Marcoz Gomez, levanta um assunto importante no filme: as crianças esquecidas nos carros pelos pais. “É um tema muito interesse e que sempre mexeu comigo. Infelizmente, nos dias de hoje, corridos e estressados, os casos passaram a acontecer com frequência no Brasil. O filme tem dois pontos: o crucial, fora do carro, que é a grande virada da história, e o subjetivo, que é a questão da criança ficar sozinha no carro”, conta.

A região de Soturno foi escolhida justamente pela linha de trem. “Fiquei encantado com o lugar. A história começa na cidade. Filmamos dentro de Soturno e nos trilhos do trem. Ali que acontece o encontro das duas meninas e elas vão para o trilho. Ficou melhor do que eu imaginava. A trilha sonora será feita pelo profissional Jonatas Santos. Toda a equipe é de Cachoeiro. Só trouxe os atores de fora, o Marcos Reis e a Bárbara Fornarolli, que interpretam os pais da Clara, umas das crianças”, explica o cineasta.

Dirtor e roteirista do longa ‘O abajour’, Marcoz Gomez vai levar o curta para festivais no Brasil e exterior. “Cachoeiro é uma cidade com poucos incentivos na área e ao mesmo tempo, tem grandes nomes que saíram daqui. A cidade não absorveu isso. O município tem grandes talentos nessa área, pessoas capacitadas, mas o incentivo é zero”, completa.

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