De vento em popa: MUG é aclamada pelo público ao mostrar força indígena e ousadia
A escola trouxe fantasias e alegorias impecáveis, sua marca registrada, mas estourou o tempo de apresentação em quatro minutos
A Mocidade Unida da Glória (MUG) abriu neste sábado (16) seu desfile levando ao público o primeiro contato de um náufrago holandês com os índios adeptos da antropofagia. Com a bússola que sempre orienta a escola a investir em carros imponentes e fantasias luxuosas, o destino não poderia ser outro: apresentação digna de conclamação, ancorada em ousadia.
A comissão de frente encantou arquibancada e camaorotes com índios .e um grande tripé, desenvolvendo o tema “Temor à La Botoque - Os Índios Canibais”, com coreografia desenvolvida por Marcelo Lages
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O enredo defende que devorar o outro, para o índio, não era sinônimo de matar a sua fome, mas de tornar-se maior do que antes, absorvendo força e sabedoria de quem vira prato principal
A agremiação veio luxuosa, com luzes e grandes esculturas em todos os carros (MUG sendo MUG!!!!). O abre-alas colossal estava irretocável. Ótima concepção! Destaque também para a grande apresentação do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira: o bailado de Juliander Agrizzi e Gessya Santana encantou o público e os jurados.
A bateria passou bem, sem grandes ousadias. O samba funcionou muito perfeitamente e deve brigar pelo título de melhor do ano.
No segundo carro, um enorme jacaré.. gigantesco! No terceiro, grandes serpentes, com alas muito criativas e de fácil leitura.
A escola de Vila Velha, no entanto, estourou o tempo e deve perder pontuação por conta dos quatro minutos a mais na avenida, fechando sua exibição em uma hora, seis minutos e 12 segundos.
Confira a ficha técnica:
Associação Recreativa e Cultural Mocidade Unida da Glória - MUG
Data de fundação da escola: 09/08/1980
Cores: Vermelho e Branco
Símbolo: Leão
Bairro: Glória, Vila Velha
Enredo de 2020: “Oby: O imaculado santuário das lendas”
Número de alas: 19
Número de alegorias: 4 alegorias e 2 Tripés
Número de integrantes: 1600
Nome da Bateria: Pura Ousadia
Presidente: Carlos Roberto dos Santos Ribeiro (Robertinho)
Carnavalesco: Osvaldo Garcia
Diretor de Carnaval: Jurandy Machado
Diretor de Harmonia: Slin Ribeiro
Intérprete: Thiago Brito
Compositores: Dudu Nobre e Diego Nicolau
Mestre de Bateria: Carlos Magno
Rainha de Bateria: Fernanda Figueredo
Comissão de frente: Marcelo Lages
1º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Juliander Agrizzi e Gessya Santana
Coordenadora de Baianas: Rosalda Stemkopf
Coodenadora de Passistas: Dalila Rufino
Coordenador de Destaques: Jô Silva
Mocidade Unida da Glória
Samba de Enredo: “Oby: O imaculado santuário das lendas”
Compositores: Diego Nicolau e Dudu Nobre.
Sou da tribo Mocidade, anauê
Pinto a cara de vermelho pra vencer
Avante meu leão guerreiro
Mostra a força capixaba para o mundo inteiro
Raiou no céu de Guaraci
A suntuosa luz de um novo dia
E em meus claros olhos, eu vi
Oby, um relicário de rara beleza
Devora a soberana natureza
Me entrega a delirante sedução
Do amor, que é pedra refém da maldição
Voou nas asas, o fogo da paixão
E quem será capaz de duvidar
Imacular o real da ilusão
Ê, já vai trovoar, maracá aquitã
É a pura ousadia de Tupã
Deixa a paz ensinada por Sumé
Plantar o grão meu sagrado abaré
Pajé, morubixaba sabedoria
Por entre os jequitibás me guia pra ver
O sol cintilar, o ouro nascer
E aê, a serpente vagueia
E aê, sentinela da aldeia
Segue a ganancia sem juízo
Rumo ao derradeiro paraíso
É o encanto, o ancestral
Um lindo canto de enfeitiçar
Em esmeraldas mergulhou a ambição
Vive a floresta
Viva nosso chão.
