Harmonia será primeiro critério de desempate na apuração do Grupo Especial do Rio
Neste ano, a pontuação da escola nos quesitos vai considerar três das cinco notas, já que serão descartadas a maior e a menor
A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) definiu, em sorteio no início da tarde desta quarta-feira (26), que o quesito harmonia será o primeiro a definir um possível desempate entre as escolas do Grupo Especial. As notas desse quesito serão as últimas a serem lidas na apuração. O critério harmonia avalia se os componentes da escola estavam cantando o samba durante o desfile, acompanhando o intérprete.
Caso o empate permaneça, o desempate se dará na seguinte ordem: evolução, mestre-sala e porta-bandeira, bateria, alegorias e adereços, enredo, comissão de frente, samba-enredo e fantasias. Cada um dos nove quesitos receberá notas de cinco jurados, que estavam posicionados em pontos diferentes da Marquês de Sapucaí, local do desfile.
Neste ano, a pontuação da escola nos quesitos vai considerar três das cinco notas, já que serão descartadas a maior e a menor. A divulgação das notas atribuídas a cada escola pelos 45 jurados do carnaval de 2020 começará às 16h15, na Praça da Apoteose. As seis que somarem mais pontos voltam ao Sambódromo no próximo sábado (29), para o tradicional desfile das campeãs.
Rebaixamentos
Neste ano, duas das 13 escolas descem para a Série A, o que fará com que o Grupo Especial passe a ter de novo 12 escolas, já que apenas uma subirá da Série A para o carnaval de 2021.
A primeira divisão do samba passou a ter 13 escolas depois que os rebaixamentos de 2017 foram suspensos. Paraíso do Tuiuti cairia para a Série A, mas a Liesa decidiu, antes da apuração, que nenhuma escola seria rebaixada devido aos acidentes que ocorreram durante os desfiles da própria Tuiuti e da Unidos da Tijuca.
Avaliação
Os jurados recebem instruções sobre o que deve ser avaliado e o que deve ser desconsiderado em cada quesito. Alguns são divididos em duas partes, como concepção e realização, e todos recebem pontuações totais que que vão de 9,0 a 10. A presença de merchandising em fantasias e alegorias, por exemplo, é um item que não deve ser considerado na pontuação desses quesitos, assim como panes no carro de som e no sistema de sonorização da Sapucaí não devem ser consideradas em harmonia e samba-enredo.
Na avaliação da bateria, leva-se em conta a regularidade e a sustentação da cadência em consonância com o samba-enredo, a conjugação dos sons emitidos pelos vários instrumentos e a criatividade e a versatilidade da bateria. No samba-enredo, consideram-se a letra e a melodia. No caso da letra, valem a adequação ao enredo, a riqueza poética, a beleza e o bom gosto, além do entrosamento dos versos aos desenhos melódicos. Quanto à melodia, valem as características rítmicas do samba, a riqueza melódica e a capacidade de facilitar o canto e a dança dos componentes da escola.
O critério harmonia avalia o canto de todos os componentes da escola, acompanhando o intérprete do samba-enredo sem sair do tom. No quesito evolução, os jurados observam a fluência do desfile, que deve ser feito sem correria e marcha-ré de alas ou alegorias, a espontaneidade, a criatividade e a vibração dos componentes e a manutenção de espaço uniforme entre alas e alegorias, sem buracos ou embolação entre alas.
No caso do enredo. consideram-se a concepção e a realização. No caso da concepção, o jurado avalia o desenvolvimento da ideia proposta, além da clareza e coerência do desfile, permitindo o entendimento do tema. Na realização, são julgadas a adaptação do tema em fantasias, alegorias e outros elementos visuais e a sequência das ideias proposta pelo desfile para contar o enredo.
Em alegorias e adereços, o júri leva em conta a criatividade ao representar partes do enredo, a impressão causada pela combinação de materiais e cores, o acabamento na confecção e decoração, a integração destaques e figuras de composição às alegorias. As fantasias, assim como as alegorias, são julgadas em sua função de representar o enredo de forma criativa, pela utilização e combinação de materiais e cores e pelo cuidado e acabamento. Além disso, é considerada a uniformidade das fantasias em uma ala.
A comissão de frente é avaliada pelo impacto no público e pela adequação de suas fantasias à proposta, bem como pela saudação ao público e apresentação às cabines de jurados, coordenação e sincronização da exibição. Para o mestre-sala e a porta-bandeira, consideram-se o bailado dentro dos passos característicos de cada um, de forma integrada, respeitando a obrigatoriedade de apresentar o pavilhão da escola a cada cabine de jurados, a postura do mestre-sala, que deve ser de reverência ante a porta-bandeira, e ela, por sua vez, não pode deixar que a bandeira se enrole.
FONTE: Agência Brasil