Entretenimento e Cultura

Capixaba abre mão de casamento para acompanhar shows de Roberto Carlos

O cantor retorna à sua cidade natal para celebrar seus 75 anos e, como aconteceu em 2009, a apresentação promete fortes emoções e muito saudosismo

Capixaba abre mão de casamento para acompanhar shows de Roberto Carlos Capixaba abre mão de casamento para acompanhar shows de Roberto Carlos Capixaba abre mão de casamento para acompanhar shows de Roberto Carlos Capixaba abre mão de casamento para acompanhar shows de Roberto Carlos
Gercy Volpato, de 86 anos, abriu mão de se casar para seguir Roberto Carlos em seus shows Foto: ​Alissandra Mendes

Faltando 20 dias para o show de Roberto Carlos, os fãs cachoeirenses já se preparam para ver de perto o Rei e conterrâneo. Depois de sete anos, o cantor e compositor retorna à Cachoeiro de Itapemirim para comemorar seu aniversário de 75 anos. A apresentação será no dia 19 de abril, às 21 horas, no estádio Mário Monteiro, o Sumaré.

Com uma vida inteira dedicada ao grande ídolo, Gercy Volpato, de 86 anos, conta que já comprou um vestido azul, cor predileta de Roberto Carlos, e vai assistir ao show na cadeira também azul, bem embaixo do palco. “Estou contando os dias. É muita emoção, mesmo já tendo assistido várias vezes aos shows de Roberto”.

Gercy afirma ser a fã número um de Roberto Carlos. “Não sou a número um porque gosto mais que os outros fãs e sim, por sou a primeira fã da carreira dele. Virei fã quando o ouvi cantar pela primeira vez na rádio, aos nove anos. Abri mão de me casar e constituir uma família para poder ir aos shows e viajar para estar perto do Roberto”, comenta.

Ela e a irmã Maria Eleonor, já falecida, andavam a pé por duas horas todos os domingos só para acompanhar as apresentações de Roberto Carlos na Rádio Cachoeiro. “Naquela época o trem não descia para Cachoeiro, então tínhamos que ir a pé. Nossa maior tristeza foi quando ele se mudou para o Rio de Janeiro. Mas, não demorou muito e fomos para lá. Íamos em todos os programas de rádio que ele participava no Rio e acabamos ficando famosas também. As pessoas chegam perto de nós e falavam: ‘essas são as famosas irmãs de Cachoeiro fãs de Roberto Carlos’. A nossa vida era essa e éramos muito felizes”, garante a fã.

A casa de Gercy é um museu do Roberto Carlos. São discos, revistas e muitas fotos pelas paredes. “Não me arrependo de não ter formado uma família por causa do Roberto Carlos. Faria tudo de novo e do mesmo jeito. As pessoas falam que não me casei porque eu esperava para casar com Roberto Carlos. Mas, nunca foi isso. O que sinto por ele é um amor de fã, uma grande admiração. A voz e a simplicidade dele me conquistou”, continua.

Durante os anos que foi para o Rio de Janeiro com a irmã, Gercy entrou no camarim de Roberto Carlos. “Eu sempre parabenizava e elogiava ele pela apresentação. Ele sempre nos recebeu muito bem. Hoje, pela idade, já não tenho tantas condições, mas se eu pudesse, iria a todos os shows. Aqui em Cachoeiro, nunca deixei de ir. O Roberto representa muito em minha vida”, completa.

Circuito Cultural

Banguê montou um Circuito Cultural em sua residência e abriu para visitação de outros fãs Foto: ​Alissandra Mendes

E não é só Gercy que possui um museu de Roberto Carlos. Luiz Gonzaga Dias, de 68 anos, é outro fã de carteirinha de Roberto Carlos. Talvez pelo ‘apelido’, como ele mesmo diz, é difícil identificar quem seja. Então, vamos tratá-lo pelo ‘nome’: Banguê.

Durante 10 anos, tomou conta da Casa da Cultura Roberto Carlos, a residência onde o cantor nasceu e passou parte de sua infância antes de se mudar para o Rio de Janeiro.

Foi lá, em 2009, que Banguê viu o Rei de perto pela primeira vez. “Foi muito emocionante. A voz não saía. Ele se aproximou de mim e me deu um abraço. Eu sou muito fã de Roberto Carlos e aquele momento significou muito em minha vida. Eu passava os dias andando pela casa e imaginando o que aquele menino fazia em cada parte, em cada cantinho”, relembra.

Ele também ficará nas cadeiras do setor azul, embaixo do palco. “Já comprei meu ingresso faz tempo. E comprei também minha camisa azul. Vou usar as cores do Rei”, ressalta. Cores, inclusive, que fazem parte de sua casa. A residência de Banguê era um duplex. Quando saiu da Casa da Cultura, resolveu montar o Circuito Cultural em sua casa, no primeiro andar. “Aqui é um andar para mim e outro para o Roberto”, frisa.

O local é aberto para os visitantes. Lá, é possível encontrar a coletânea completa dos discos de Roberto Carlos, revistas, camisas, revistas, jornais, fotos e objetos que marcaram a infância do Rei em Cachoeiro de Itapemirim. “Tenho mais coisas que a casa do Roberto Carlos. Junto há muitos anos, mas só há três, quando me separei, consegui montar um lugar somente para o Rei. Não fui em muitos shows de Roberto Carlos, esse será meu quarto. Mas, a emoção é sempre a mesma”, completa o fã, que também é músico e canta Roberto Carlos.