Entretenimento e Cultura

Laila Garin faz show com toque intimista

Redação Folha Vitória

São Paulo - O estrondoso sucesso de Elis - A Musical gerou uma montanha de convites para a atriz Laila Garin, que interpretava a Pimentinha com raro apuro cênico e vocal, seguir carreira como cantora. "Empresários me ofereciam a oportunidade de protagonizar shows enormes, como se eu já estivesse pronta para cantar profissionalmente", conta ela. "Recusei todos, pois queria continuar minha formação no meu próprio ritmo."

E o primeiro passo nesse trabalho de evolução criativa é o show Rabisco, que Laila apresenta apenas nesta terça, 8, no Teatro Porto Seguro, como parte da programação do Dia da Mulher. Ali, ela está à vontade em sua experimentação. "O espetáculo nasceu despretensiosamente no ano passado, no Beco das Garrafas, no Rio, onde cabiam no máximo 80 espectadores", conta. "Eu queria um espaço íntimo, com a proximidade da plateia." E o que seria apenas um punhado de apresentações se transformou em um sucesso de dois meses, com muitas pessoas voltando para casa sem ter conseguido ingresso.

Rabisco é fruto da colaboração constante entre Laila e os músicos Ricco Viana (guitarra e violão), Rick De La Torre (bateria) e, agora também, Marcello Müller (baixista), que formam a banda A Roda. "Como era uma fase de experimentação, mudávamos a ordem das músicas, além de acrescentar novas, sempre à espera da reação do público", conta ela, que descobre agora a diferença que é cantar sem estar a serviço de uma dramaturgia.

O repertório inclui os compositores da nova geração Dani Black (Sonhos Pintados), Moyseis Marques (Juntando Cacos), Renato Luciano (Vamos Batucar e Flor da Ilusão) e Juliano de Holanda (Não Me Deixe) e releituras de sucessos como Se Eu Quiser Falar Com Deus (Gilberto Gil), Canteiros (Cecilia Meireles/Fagner), Aguenta Coração (Ed Wilson/Paulo Sérgio Valle), Zumbi (Jorge Ben Jor), entre outras. Em referência à sua origem francesa, Laila interpreta ainda L’Accordeoniste (Michel Emer), sucesso na voz de Edith Piaf e Marlene, do grupo de rock francês Noir Désir.

O ecletismo de Rabisco é a chave de seu sucesso e isso acontece graças ao entrosamento entre Laila e os músicos. "Os arranjos são originais e coletivos, pois gostamos de testar sonoridades", explica ela, que conheceu os músicos quando trabalharam juntos com o diretor João Falcão no musical Eu Te Amo Mesmo Assim, em 2010. Foi o início de novas parcerias. O produtor musical Ricco Viana convidou Laila Garin e Rick De La Torre para gravar a trilha sonora do seriado Clandestinos, da TV Globo, em 2011. Laila e Rick integraram o elenco do premiado musical Gonzagão, a Lenda (2013). E Marcelo Müller fazia a turnê de Clarice Falcão ao lado de Ricco Viana quando foi convidado para integrar a banda A Roda.

Laila conta ter recebido também uma influência decisiva de Ney Matogrosso. "Como está acostumado a misturar músicas muito distintas em um único repertório, ele me incentivou a fazer o mesmo. Por isso, tomei coragem e juntei, em uma mesma lista de canções, trechos de ópera e samba de roda da Bahia."

Gota D'Água

Laila pretende realizar uma temporada, ainda que pequena, do show em São Paulo. Mas só poderá fazer depois maio, pois, no dia 5 daquele mês, ela estreia uma versão para dois atores de Gota D’Água, clássico musical de Chico Buarque. A direção será do talentoso Rafael Gomes, que assina a montagem de Um Bonde Chamado Desejo, em cartaz em São Paulo. "E não usaremos apenas as canções do Gota, mas também outras criadas pelo Chico", conta ela, que estreia no Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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