Entretenimento e Cultura

Artistas brasileiros ganham destaque no festival

Redação Folha Vitória

Em um festival dominado por headliners estrangeiros e grandes nomes da música pop internacional, é louvável que haja espaço para que bandas e artistas brasileiros mostrem seu trabalho, ainda que seja fora dos horários mais nobres e badalados do evento. A 8ª edição do Lollapalooza contou com diversas apresentações de grande destaque por parte de brasileiros.

No primeiro dia, sexta-feira, a banda Autoramas, saída da cena independente do Rio de Janeiro, fez um show bastante seguro, digno dos 21 anos de estrada que o grupo soma. No palco principal, a banda brasileira de maior destaque no evento foi o Tribalistas, que chegou como uma incógnita ao festival e teve de driblar problemas com o som, que falhou durante a apresentação, mas conseguiu agradar ao público bastante diversificado do Lollapalooza e uniu as tribos com suas músicas que despertam nostalgia. A banda formada por Carlinhos Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes foi o grupo nacional que teve o melhor horário, tocando a partir das 18h da sexta-feira.

No segundo dia, sábado, a cantora pernambucana tida como "rainha da sofrência pop" Duda Beat, que se apresentou no palco Adidas, aproveitou para mostrar uma música inédita, Chega, uma parceria da recifense com Matheus Carrilho e Jaloo. No show, que contou com a presença de várias bandeiras do estado de Pernambuco na plateia, a cantora exibiu mensagens de teor político e pediu liberdade para o DJ Rennan da Penha, funkeiro carioca preso recentemente por associação ao tráfico de drogas. No mesmo dia, a banda paulista Liniker e os Caramelows também exibiu frases de protesto e obteve resposta do público presente no palco Onix.

Já no terceiro dia, a cantora Letrux fez um dos shows mais engajados do evento. A vocalista, cujo nome de batismo é Letícia Novaes, jogou-se na plateia e ergueu uma placa de rua com o nome de Marielle Franco. Iza e Gabriel O Pensador encerraram as participações brasileiras no evento. A cantora se mostrou ainda tentando definir sua identidade sonora, com uma produção mais pop. Já o veterano do rap nacional demonstrou que suas músicas de maior sucesso, lançadas nos anos 90, ainda se sustentam no palco e dialogam com a realidade brasileira.

O destaque negativo - sem culpa dos artistas - ficou para os shows de Rashid, interrompido logo no início por conta do risco de raios, e de Silva, que foi cancelado, ambos no segundo dia do festival.

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