‘Raiar da Liberdade’ em comunidade quilombola de Cachoeiro celebra o fim da escravidão
O evento, realizado pela Associação de Folclore de Cachoeiro de Itapemirim, acontece anualmente e reúne diversas apresentações folclóricas da comunidade
A tradicional festa ‘13 de Maio: Raiar da Liberdade’, em Monte Alegre, Cachoeiro de Itapemirim, já tem a presença confirmada de mais de 10 grupos folclóricos de cinco municípios do Espírito Santo. O evento cultural celebra o fim da escravidão no país, e oferece, como principal atrativo, apresentações de Caxambus, Jongos, Folias de Reis, Charola e Bate Flechas de São Sebastião, Reis de Bois e Quadrilhas.
Os festejos acontecem sempre na data de 13 de maio, desde a sanção da Lei Áurea, em 1888. Há mais de 5 décadas, o ‘Raiar da Liberdade’ é conduzido pela mestra de caxambu Maria Laurinda Adão. Na sexta-feira, o evento começa às 19h.
“Eu assumi mesmo a organização da nossa festa quando tinha 21 anos de idade, há mais de 50 anos. A gente tem que comemorar o 13 de maio, porque é a data mais importante para o povo negro, é o dia em que nós fomos libertados pela princesa Isabel. Esse também é o dia em que nosso Caxambu foi criado”, comenta Maria, se referindo ao seu grupo de Caxambu, Santa Cruz de Monte Alegre.
Para Adílio Quirino da Silva, mestre da Charola de São Sebastião de Jacu, em Cachoeiro, o evento é histórico. “Participar dessa festa tão bonita é um grande prazer, porque lá encontramos nossos irmãos e comemoramos o final da escravidão, que foi tão ruim para nós, negros”, ressalta.
Desde o ano 2000, o evento é organizado também em parceria com a Associação de Folclore de Cachoeiro de Itapemirim e pelo gestor de projetos culturais Genildo Coelho Hautequestt Filho, e, neste ano, está sendo patrocinado pelo Instituto de Ação Social e Cultural do Espírito Santo (Sincades), e conta com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).