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Jogo de identidades inspira musical 'Lili Marlene' de Fause Haten

Redação Folha Vitória

- Amante do teatro, o estilista Fause Haten encontrou uma maneira coerente e agradável para se aventurar no palco. Primeiro, começou criando elegantes figurinos para musicais como O Médico e o Monstro (2010); em seguida, estreou o próprio texto como autor e performer em 2014, com A Feia Lulu - movido pela segurança, Haten criou uma peça em que se colocava no centro da montagem. O grande passo será finalmente dado nesta terça-feira, 16, às 21 horas, quando estrear Lili Marlene, Um Musical, no Teatro Eva Herz.

Dirigido e estrelado por ele, em parceria com André Cortada, o espetáculo relata a vida de um ator transformista. "Preciso ressaltar que não se trata de um texto sobre Marlene Dietrich", conta Haten, buscando desfazer uma natural conclusão, uma vez que a canção Lili Marlene tornou-se um standard da atriz e cantora. Na verdade, a trama é mais instigante. Haten conta que a ideia surgiu quando viu um vídeo no qual Marlene, além de interpretar a música, contava detalhes sobre sua vida e carreira.

"Percebi que ali havia muitos detalhes para uma dramaturgia", lembra Haten que, aos poucos, foi rascunhando uma história. Começa com Lili, neto de Marlene, atriz hollywoodiana dos anos 1930.

Rejeitado pelo pai na infância, ele decide fugir de casa quando está com 13 anos, deixando Berlim rumo a Paris. Lá, aos 18, alcança a fama ao dublar a avó, sem que ninguém desconfiasse de seu parentesco. A história sofre um novo salto e, aos 30 anos, Lili já é o sacerdote de uma religião nos Estados Unidos, para onde decidiu se mudar. Finalmente, a trama chega aos dias atuais, quando Lili, já afastado da igreja, faz um relato de sua saga.

O jogo de identidades marca Lili Marlene, cujas canções o transforma em um ágil musical pop rock - os músicos fazem rápidas trocas de instrumentos, do piano para a guitarra, sempre se adaptando à voz de barítono de Haten que, com esse espetáculo, conquistou uma certeza: "Gosto de atuar, mas descobri que só me sinto seguro e à vontade em espetáculos moldados à minha figura. Não tenho condições de participar de musicais já prontos".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.