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'O mundo ficou mais complexo', diz diretor

Redação Folha Vitória

São Paulo - Roland Emmerich, CINEASTA

Em 1996, uma invasão alienígena foi derrotada pelo presidente Whitmore (Bill Pullman) e o capitão Steven Hiller (Will Smith). Vinte anos mais tarde, chega a sequência, a primeira do diretor Roland Emmerich. Em Independence Day - O Ressurgimento, há uma passagem de bastão da antiga geração - sem Will Smith, mas com Jeff Goldblum (o cientista David Levinson) e Pullman - para a nova. Liam Hemsworth é o jovem piloto Jake, Maika Monroe é Patricia, filha do presidente Whitmore, e Jessie Usher é Dylan, filho de Steven. Todos sofreram as consequências da primeira invasão e, claro, vão se juntar quando os extraterrestres voltam com mais força. Emmerich falou com o Estado sobre o filme.

Você não queria fazer um segundo filme. O que mudou?

Fiquei mais velho. Sabia que o filme tinha sido tão bem-sucedido que teria sequência. Não existe alternativa em Hollywood. Então, mesmo sendo contra sequências, decidi fazer.

Will Smith não está no filme?

No começo, ele estava. Fomos burros de mandar o roteiro para ele um pouco antes de começar a filmar Depois da Terra. Will ligou dizendo que não podia fazer tantas ficções científicas seguidas. Achei que não íamos mais fazer o longa. Só que meus amigos achavam a história incrível e me disseram que eu precisava insistir.

Como mudou nos últimos 20 anos e como o novo filme reflete isso?

O mundo ficou mais complexo, acho que este longa é mais complexo que o anterior. Há uma ideia maior por trás, sobre a qual não posso falar (risos). Mas fala de diferenças entre gerações, da responsabilidade que vem com os filhos.

Muitos dos seus filmes têm um ângulo político e são sátiras da política. O presidente de Bill Pullman no primeiro Independence Day tinha algo de Bill Clinton. O Dia Depois de Amanhã era uma crítica ao governo de George W. Bush.

Sim, tem de ser. Em O Dia Depois de Amanhã, estava realmente bravo. O novo Independence Day mostra ao mundo o que poderíamos conseguir como humanidade se nos uníssemos, em vez de nos matarmos. A quantidade de dinheiro e esforços que gastamos em conflitos armados é absurda.

Por que filmes sobre invasões alienígenas continuam tão populares?

A Marvel, com certeza, redescobriu isso, porque todos os seus filmes são sobre alienígenas vindo destruir a Terra, certo? Eu me pergunto de onde tiraram essa ideia... É duro fazer um filme de ação, hoje em dia. É quase proibido fazer um com terroristas russos ou árabes. Os alienígenas são politicamente corretos.

Muitos desses filmes pipocas têm muita destruição sem consequências, o que vem sendo criticado. Preocupou-se com isso?

Um pouco. Sempre digo: todo mundo sabe que é um filme. Só é preciso ficar consciente do que mostrar e como. Não faria uma produção com cenas explícitas demais, porque acho que isso acaba tornando as pessoas insensíveis à violência. Como pessoa, eu, Roland Emmerich, não quero fazer isso.

Seus filmes costumam ter um lado mais leve. Ultimamente, os filmes de ação têm ficado cada vez mais sombrios. Sente-se meio como uma voz solitária dizendo que o entretenimento deveria ser divertido?

Sim. Não vi Batman vs. Superman, todo mundo fala como é sombrio. Tenho um namorado em casa que é o maior fã de Zack Snyder, então sei como eles são populares! (risos) Mas não quero mudar meu estilo por causa dessa tendência.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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