Entretenimento e Cultura

Cheio de acrobacias, 'A O Lang Pho' retrata o choque entre o urbano e o rural

Redação Folha Vitória

São Paulo - Quando se elege o teatro como o palco generoso das demais artes, é preciso lembrar que o circo sempre cultivou o hábito de abrigar - sem tantas amarras - os movimentos da dança, o som da música e a virtuose da ginástica. Em cidades do interior do Brasil, por vezes, o picadeiro é a primeira experiência artística do público local.

Esse intercâmbio que se constrói no centro das cidades e em suas periferias acontece em todo lugar, na garoa de São Paulo e nas fortes chuvas de monção do Vietnã. Um retrato dessa dinâmica está em A O Lang Pho - O Vilarejo e A Cidade, espetáculo inédito na América, que abre, nesta sexta-feira, 9, a 4.ª edição do Festival Internacional Sesc de Circo no Sesc Vila Mariana.

O espetáculo do Nouveau Cirque vietnamita retrata as diferenças existentes no país asiático, como suas tradições e a pressa habitual da cidade. "São dois tempos diferentes: o modo de sobrevivência nos vilarejos está em contraste com o desenvolvimento urbano e a modernidade", aponta o diretor Tuan Le. No palco, os artistas executam números de equilíbrio e manipulação de grandes cestos de vime e bambu. "Não se trata de um espetáculo de força ou resistência", explica. "É uma combinação visual de performances, danças e parkour."

Além do espetáculo vietnamita, o festival traz uma panorama contemporâneo com mais 12 produções internacionais, muitas inéditas no Brasil. A programação reúne também debates, oficinas e exibição de filmes. Ainda com 18 espetáculos nacionais na grade, a variedade de estilos compõe perspectivas de influências contemporâneas bem como as que resgatam a tradição, explica o diretor do Sesc, Danilo Santos de Miranda. "O circo no Brasil é um trabalho de resistência quase heroica, por se tratar de uma obra artística popular e que perdeu força para a tecnologia", explica. "Hoje é muito mais fácil ficar em casa, assistindo a séries, mas esse resgate reforça sua importância."

Entre as coproduções os irmãos Luís e Pedro Sartori do Vale apresentam Dois, no Sesc Santana, entre os dias 15 e 18 de junho. A montagem gestada na Finlândia explora a relação da dupla em diferentes números no palco, entre eles tiros com arco e flecha. "Queríamos estreitar os laços e retomar a parceria de sempre", explica o mineiro Luís, que mora na capital finlandesa, enquanto o irmão vive em Minas Gerais. O espetáculo estreou no ano passado na Bélgica e já passou pelo Rio e por Recife. "Queríamos algo que refletisse essa relação de confiança, amizade e também brigas", explica Luís.

FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE CIRCO

Várias unidades.

De 9 a 18/6. R$ 40 / R$ 20.

DESTAQUES

Knee Deep (Austrália)

9 a 11/6 - Sesc Belenzinho

Balbúrdia (Brasil)

9 a 11/6 - Sesc Pinheiros

Apesar (Brasil/França)

10 e 11/6 - Sesc Santana

HumAnimaL (Brasil)

15 a 18/6 - Sesc Ipiranga

Violeta (Espanha)

15 a 18/6 - Sesc Campo Limpo

Mar Sem Beira (Brasil)

15 a 18/6 - Sesc Itaquera

Fritos Refritos (Argentina)

16, 17 e 18/6 - Sesc Pompeia

All Genius All Idiot (Suécia)

15 a 18/6 - Sesc Vila Mariana

Sobrevoltas (Brasil)

16 a 18/6 - Sesc Bom Retiro

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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