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'A Morte de Stalin' faz piada com episódios históricos da União Soviética

Redação Folha Vitória

A imagem de Josef Stalin é cercada de mistérios. Até os dias atuais, há divergentes opiniões a respeito do ditador, que, durante três décadas, liderou com mãos de ferro a União Soviética. Só que isso não apaga as características mais marcantes do período: prisões arbitrárias; perseguições; assassinatos. A "lista negra" de Stalin gerava pânico entre opositores. E a situação não melhorou após sua morte, em 1953.

É justamente desse ponto que o diretor e roteirista escocês Armando Iannucci parte para elaborar a trama de seu mais novo filme, A Morte de Stalin.

Diferentemente de outras abordagens, o britânico transforma a lacuna gerada pela morte do ditador e a disputa interna de algumas das figuras mais notáveis do Partido Comunista numa "corrida maluca" por poder. Corrida recheada de exageros, que tiram o peso político do filme e lhe conferem um ar cômico. Assim, o cineasta britânico faz o público rir de episódios históricos que, na verdade, não são nada engraçados.

Os complôs políticos, por exemplo, de Nikita Khrushchev (Steve Buscemi), Lavrentiy Beria (Simon Russell Beale) e Georgy Malenkov (Jeffrey Tambor) para assumir o governo, depois que Stalin morre, ganham releitura hilária. Até a "agenda reformista", bandeira dos sucessores de Stalin no poder, é atacada. E com humor afiado.

A direção de Iannucci dita um bom ritmo ao longa. A fotografia e a produção são executadas com perfeição. A única ressalva é quanto ao idioma, inglês. Poderia ser em russo.

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