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A moto reinventa-se com força na ficção nacional

Redação Folha Vitória

Os mais velhos vão lembrar que, no biênio 1976/77, Ney Latorraca e Caio Blat levavam suas gatinhas nas lambretas de Estúpido Cupido. Portanto, não se pode dizer que o Motoqueiro Vermelho seja novidade como personagem-chave de Orgulho e Paixão, mas a novela de época tem permitido a Malvino Salvador, como o Coronel Brandão, marcar presença com doses de heroísmo e humor.

Salvador está no palco de São Paulo, neste final de semana, como o Boca de Ouro da admirável montagem de Gabriel Villela para o texto de Nelson Rodrigues. Quanto às motos, coexistem atualmente com cavalos e pick-ups no sertão de Onde Nascem os Fortes, a série de George Moura e José Luiz Villamarim que está instaurando um novo padrão de qualidade no formato, basta ver as duas cenas de diálogos entre Ramiro e Ramirinho, Fábio Assumpção e Jesuíta Barbosa, que eletrizaram a telinha nesta semana.

No cinema, Cauã Reymond tem montado no lombo de motocicletas em aventuras tão estilizadas quanto a de Reza a Lenda. Ou seja, embora não seja novidade, cine e teledramaturgia têm se apropriado de forma criativa das motos, como personagens. Isso remete a uma tradição que talvez venha do jovem Marlon Brando de O Selvagem, de Laslo Benedek.

Nos anos 1960 e 70, quando as mudanças do mundo derrubaram velhos códigos de censura em Hollywood, cair na estrada virou sinônimo de contestação em Sem Destino, de Denis Hopper, e Electra Glide in Blue, de James William Guercio.

Com O Selvagem da Motocicleta, de Francis Ford Coppola, no pós-modernismo, a moto consolidou-se como objeto de desejo. Um fetiche erotizado, ou um regalo psicanalítico para estimular fantasias de cinéfilos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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