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Atriz Mariana Xavier estreia espetáculo em Vitória e fala sobre adolescência vivida no ES

Apresentação do solo “Antes do Ano Que Vem” acontece no Centro Cultural Sesc Glória neste sábado (2) e domingo (3)

Thamiris Guidoni

Redação Folha Vitória

"Não acredito na comédia só como entretenimento. Acredito na comédia como uma ferramenta poderosíssima de crítica e reflexão. Através do riso você desarma o espectador para que aquela mensagem chegue no coração com menos barreiras."

Foto: Instagram/ @marianaxavieroficial

A atriz Mariana Xavier estreia um espetáculo de comédia neste sábado (2) e domingo (3), em Vitória. A peça acontece no Centro Cultural Sesc Glória. 

Com texto inédito de Gustavo Pinheiro, direção de Ana Paula Bouzas e Lázaro Ramos e direção de produção de Bruna Dornellas e Wesley Telles, o primeiro solo de Mariana "Antes do Ano Que Vem", faz parte da  14ª Edição do Circuito Unimed de Teatro a vai fazer os capixabas caírem na gargalhada. 

Em entrevista ao Jornal Folha Vitória, Mariana falou sobre retornar ao Espírito Santo e externou o carinho pelo estado. Durante o bate-papo, a atriz contou algo que poucos sabem. 

"Morei no Espírito Santo durante toda a minha adolescência. Mudei para o estado perto de fazer 11 anos, em 91, e só voltei para o Rio na virada de 1997 para 98, quando fui fazer faculdade. Por isso tem esse vínculo tão especial com o Espírito Sano. Foi uma fase muito importante da minha vida e tenho grandes amigos no estado. Sempre que posso, ainda que não seja a trabalho, dou um pulinho para fazer essa 'viagem no tempo'". 

"Grande parte do meu currículo teatral aconteceu no Espírito Santo. Comecei no teatro aos 9 anos no Rio, mas ao longo da adolescência fiz muitas peças. Cheguei a me apresentar no Carlos Gomes e num teatro pequenininho que tinha na antiga Casa de Arte Livre, um espaço que eu fazia curso em Jardim da Penha, que era da Vera Viana e da Cristina Valadão". 

No espetáculo que Mariana apresenta em Vitória, a narrativa expõe necessidades, angústias e desejos de sete personagens que encaram a virada do ano com perspectivas distintas. 

"Esse é o maior desafio da minha carreira com toda certeza. Faço sete personagens sem mudar de roupa. Brinco que saio da peça precisando de um balão de oxigênio. Quem estiver lá vai entender. É tudo no corpo e na voz! Esse é um projeto muito especial pra mim, e que demorou para acontecer. Começamos a pensar nele em 2018. Íamos estrear em janeiro de 2020, mas quebrei a perna seis dias antes da estreia. Hoje acho que foi um livramento porque logo em seguida veio a pandemia, então se tivéssemos estreado, teríamos que parar."

Rindo, Mariana disse que "ser capixaba é minha segunda naturalidade. Não digo que é a primeira porque tenho muito amor pelo Rio".

Ao se desdobrar para representar tantos tipos diferentes de personagens, a atriz desenvolveu uma trama em que as contradições se revelam a partir da hilária (e absurda) psicologia de Dizuite, uma faxineira da Central de Apoio aos Desesperados. 

"Com a pandemia, a peça ganhou um outro valor até pelos temas que a gente aborda. É uma comédia, mas que fala de coisas sérias. Fala sobre as dores emocionais, solidão, da cobrança e positividade tóxica que nos obriga a estarmos felizes o tempo todo. Acho que não teve ninguém que ao longo desses dois anos não teve sentimentos de ansiedade e de frustração dos próprios planos."

"As pessoas amam a peça e saem muito mexidas. Elas se divertem, mas também se identificam e se emocionam muito. Quando pedi esse texto e encomendei um monólogo para o Gustavo Pinheiro, que é o autor da peça, falei que queria uma comédia, mas que gerasse reflexão. Queria que as pessoas saíssem o teatro transformadas!". 

Com a peça em Manaus, quem prestigiou Mariana e fez elogios sobre o espetáculo foi o ator Wagner Moura., que assistiu a apresentação com a família. Segundo Mari, ela venceu na vida com a presença e feedback do artista.

"Ele foi com a família inteira e depois me mandou uma mensagem dizendo coisas lindas sobre a peça. Pensei: vou salvar esse áudio pra quando estiver baixo astral colocar pra ouvir. Vendi demais na vida! Você ter uma pessoa que admira na plateia e depois dizendo coisas tão bonitas faz ter aquele sentimento de 'que bom que não desisti'!". 

"A peça é muito sobre a gente encontrar felicidade e motivos para seguir em frente mesmo em meio aos desafios". 

SOBRE OUTROS PERSONAGENS AO LONGO DA CARREIRA

"Na mente das pessoas sempre vou ser a Marcelina., mas não serei só a Marcelina. Não quero ser só a Marcelina. Não sou só a Marcelina! Já fui a Jenifer por um tempo e a Biga também, e é isso. Quero ter muitas identidades e personagens marcantes. Nenhum ator quer ficar restrito a um único personagem, embora a gente entenda que essa associação é sinal de um trabalho bem feito e de muito carinho". 

Foto: Netflix

É comum as pessoas associarem artistas à personagens interpretados em outros trabalhos. Sobre isso, Mariana citou a famosa Marcelina, do filme 'Minha Mãe é Uma Peça'. A artista contou que quando escolheu a profissão, foi pensando em poder ser várias pessoas . 

"As pessoas me conhecem muito pela comédia, principalmente pelo 'Minha Mãe é Uma Peça', e elas vão a esse novo espetáculo esperando só em rir. Nessa peça elas vão rir muito, mas terão um monte de surpresas."

"O fato das pessoas associarem um personagem é uma forma de carinho, mas quando escolhi essa profissão, escolhi justamente porque queria viver várias vidas em uma encarnação só. Esse é um dos baratos da minha profissão. Poder viver, numa mesma vida, várias pessoas, nomes, profissões e famílias". 

"ANTES DO ANO QUE VEM"

De uma hora para outra, com a inesperada ausência da psicóloga responsável pelo plantão, Dizuite se vê diante da missão de atender, aconselhar e confortar os mais diversos tipos de pessoas – todas aflitas e desesperadas! - que ligam para o serviço em plena noite de ano novo.

“O humor abre portas para novas percepções do mundo. Vivemos num tempo em que rir é o primeiro remédio para as nossas mazelas. Com este texto e o grande talento de Mariana, damos um salto além no humor atual que fala das mulheres”, disse Lázaro Ramos.

Para o autor Gustavo Pinheiro, “o riso que propomos à plateia nesta comédia é o de compaixão, nunca do deboche. É o riso da empatia, de quem também tem suas dores e sabe que vivê-las e superá-las faz parte do jogo. Torço para que este espetáculo seja um convite para que cada pessoa na plateia também pense o que pode fazer por si mesmo, pela sua felicidade, o quanto antes. Se possível, antes do ano que vem”.

Sinopse

Foto: Instagram/ @marianaxavieroficial

"Antes do Ano Que Vem" vai além de uma comédia divertida. É uma história de acolhimento e esperança contada através do olhar de Dizuite, a faxineira da Central de Apoio aos Desesperados (CAD), uma espécie de CVV (Centro de Valorização da Vida). 

É noite de réveillon, quando há um aumento significativo no número de ligações com pedidos de ajuda. Datas como esta, de “felicidade obrigatória”, fazem aflorar ainda mais as emoções de quem não está lá muito satisfeito com a própria vida. 

A psicóloga plantonista do CAD não aparece pra trabalhar e Dizuite, que não foi preparada para a função, mas administra com sabedoria popular as dores e delícias do próprio cotidiano, é quem tem que atender aos telefonemas, mostrando àquelas pessoas que vale a pena viver e que ainda dá pra ser feliz antes do ano que vem. 

Da adolescente traída à socialite falida, a comédia revela sete diferentes personagens que avaliam a vida e projetam seus votos de novo ano em perspectivas curiosas e muito divertidas.

SERVIÇO

"Antes do Ano Que Vem", com Mariana Xavier

Data: sábado (2) e domingo (3)
Horário: sábado às 20 horas e domingo às 18 horas.
Local: Centro Cultural Sesc Glória - Centro, Vitória.
Classificação: 12 anos
Gênero: comédia
Duração: 60 minutos
Intérprete de libras na apresentação de domingo.

Valores:

Plateia R$ 100 (inteira) R$ 50 (meia)
Mezanino R$ 80 (inteira) R$ 40 (meia)
Balcão R$ 50 (inteira) R$ 25 (meia)
*Cliente Unimed Vitória tem 50% de desconto em cima do preço inteira (Até dois ingressos por cliente)
Mais informações: wbproducoes.com

Ficha Técnica

Elenco: Mariana Xavier
Direção: Ana Paula Bouzas e Lázaro Ramos
Texto: Gustavo Pinheiro
Idealização: Mariana Xavier
Direção de Produção: Bruna Dornellas e Wesley Telles
Direção de movimento: Márcio Vieira
Produção Executiva: Joana D Aguiar
Consultoria Terapêutica: Rossandro Klinjey
Criação de Arte: Yasmin Campbell
Design Gráfico : Leticia Andrade
Fotos de estúdio: Rodrigo Lopes
Design de Luz: Adriana Ortiz
Cenário: Natalia Lana
Cenotécnico: André Salles e Equipe
Costureira de Cenário: Nice Tramontin
Figurino: Tereza Nabuco
Costureira Figurino: Adélia Andrade
Preparação vocal: Jorge Maia
Trilha Sonora: Jarbas Bittencourt
Operador de Som: Júlio Coelho
Operador de Luz: Matheus Espessoto
Coordenação Administrativa: Leticia Napole
Assessoria Contábil: Leucimar Martins
Assessoria Jurídica: PMBM Advocacia.
Produtores Associados: Bruna Dornellas, Mariana Xavier e Wesley Telles
Realização: WB Produções e Trampo Produções.

O espetáculo é patrocinado pela Unimed Vitória e Instituto Unimed, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério do Turismo.

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