Entretenimento e Cultura

Cine Belas Artes reabre amanhã

Redação Folha Vitória

São Paulo - Desde março de 2011, quando foi anunciado o fechamento do Cine Belas Artes, passaram-se três anos. Nesse período, foram realizadas dezenas de passeatas, mais de 100 mil assinaturas foram colhidas e um movimento popular histórico foi organizado em prol de um dos pontos culturais mais importantes de São Paulo. Por fim, foi estabelecida uma parceria entre poder público e privado para que finalmente o cinema reabra neste sábado, 19, com nova cara, novo nome e novas atrações.

Agora Cine Caixa Belas Artes, o cinema ganhou o patrocínio da Caixa Econômica Federal, passou por uma reforma total e volta à ativa com novos acabamento, sistema de som, projetores (digitais e três em película), sistema de isolamento acústico, além de nova programação.

A festa de reinauguração ocorre neste sábado, 19, a partir das 15h30, com show da banda Os Mustaches e Os Apaches, em frente ao cinema. Para isso, duas pistas da Rua da Consolação serão interditadas na altura da esquina com a Avenida Paulista. Por volta das 16 horas, haverá o corte da fita inaugural do espaço e, às 17h, começam as sessões dos filmes.

"Apesar de o espírito que sempre moveu o cinema ser mantido, com uma programação de qualidade, vamos ter agora uma sala multiuso, que poderá receber atrações musicais, espetáculos, debates, entre outros; atividades extras e até uma sala gourmet, em parceria com o Bar Riviera", conta o diretor e proprietário do espaço, André Sturm. "Também investimos muito na parte técnica. Havia reclamações da interferência do barulho dentro das salas. Isso acabou. O sistema de som é novíssimo e o novo isolamento acústico vai resolver isso", completou Sturm.

Para voltar a operar como um dos principais cinemas de rua da cidade, o Belas Artes conta com investimento inicial de cerca de R$ 1,8 milhão da Caixa no primeiro ano. Segundo Sturm, a parceria vai durar pelo menos por um ano, com projeção de ser mantida por mais cinco e estendida até por dez anos.

Como parte da celebração, todos os ingressos para as sessões deste primeiro fim de semana custarão R$ 5. "É uma festa aberta e uma forma de devolver este cinema à população, que tanto se mobilizou para que ele fosse reaberto", declarou Sturm.

Ainda que as obras do espaço não tenham sido concluídas, a reforma total deve acabar em cerca de 15 dias. "No sábado, abrem as salas 2, 3 e 4. Talvez a sala 1 esteja pronta na segunda e as demais em duas semanas", disse o diretor.

Juca Ferreira, secretário de Cultura, afirmou que a passagem subterrânea ao lado do Belas Artes também será revitalizada em breve. "É um plano integrado, uma das nossas prioridades. Ações como o Belas Artes, o investimento nos cinemas de rua e na cultura do Centro são prioridade", completou.

Entre as atrações deste fim de semana, haverá sessões de A Malvada, Medos Privados em Lugares Públicos, Quanto Mais Quente Melhor, Aos Ventos que Virão, entre outros. "São filmes que fazem parte da história do Belas Artes. Medos Privados, por exemplo, entrou agora na programação porque ficou três anos e meio em cartaz.

Voltando, dá a sensação de que nunca saiu na verdade. Quis exibi-lo para ter esta sensação de que o Belas Artes também nunca fechou", comentou Sturm.

Dirigido por Hermano Penna, Aos Ventos que Virão será o primeiro filme brasileiro a fazer sua pré-estreia no novo Belas Artes. A sessão, deste sábado, às 17h, é duplamente simbólica. Afinal, foi também dirigido por Penna um dos longas que reabriram o Belas Artes em 1983, após o incêndio que ocorreu no cinema no ano anterior. O filme era Sargento Getúlio e a bilheteria foi um sucesso.

Sobre a decisão de reabrir ainda com algumas salas em obras, o diretor afirmou que manter uma data em julho é uma forma de cumprir com o compromisso de entregar o cinema para a cidade. "Além de ainda ser uma semana antes do casamento da minha filha (Barbara Sturm, programadora do espaço), ser mês de férias e haver muitos turistas aqui, é para afirmarmos: ‘Olha, reabriu!’ Agora é terminar as outras salas e continuar o trabalho. Para que nunca mais fechemos", disse Sturm.

Entre as novas atrações para o público, haverá a contrapartida pública de se cobrar preços 20% menores que o da região, bem como itens de bonbonnière 10% mais baratos. Além disso, todos os trabalhadores pagarão meia-entrada às segundas-feiras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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