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Estilista brasileira é acusada de plagiar coleção de moda praia

Embora tenha afirmado que as peças são de inspiração brasileira, Silvia Ulson apresentou roupas idênticas às da marca americana Bfyne

A estilista brasileira Silvia Ulson está sendo acusada de plagiar uma coleção inteira de biquínis e maiôs da marca americana Bfyne. Além das estampas, até os modelos são iguais.

Segundo a assessoria de Silvia, a designer passou alguns dias na aldeia Krukutu, localizada na grande São Paulo, onde conheceu o estilo de vida dos indígenas.

Ainda de acordo com assessoria, também foi feita uma minuciosa pesquisa sobre os indígenas brasileiros.

Porém, em entrevista ao Fashion Week Online, Silvia afirmou ter comprado as estampas de um homem chamado Fernando, que apareceu em sua loja.

— Depois de alguns dias, ele me trouxe as estampas. Num primeiro momento, eu não gostei, mas ele me disse que seria muito importante ter estes desenhos na minha coleção.

Embora tenha afirmado que a inspiração da coleção foram meses de pesquisa sobre a cultura indígena brasileira, Silvia confessou ao FWO que comprou a criação e que foi enganada.

— Eu paguei pela criação dele e por produzir cada estampa, mas nunca imaginei que poderia ser uma cópia.

As roupas de banho são idênticas às da marca Bfyne, comandada por um nigeriano. As estampas apresentadas como sendo de inspiração brasileira por Silvia são, na verdade, dashiki, de origem africana.

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Silvia também está sendo acusada de apropriação cultural por ter colocado modelos brancas e loiras para desfilarem uma coleção apresentada por ela como étnica.

Bastante criticada nas redes sociais, a estilista bloqueou os perfis no Instagram.

Procurada, a assessoria de Silvia Ulson se pronunciou por meio de uma nota. Leia na íntegra.

No dia 12 de julho de 2018, a marca SU realizou, durante o Miami Swim Week, um desfile conceitual que teve como tema os povos indígenas brasileiros. Para isso, a estilista Silvia Ulson visitou e pesquisou símbolos e elementos dessa cultura junto aos índios da Aldeia Krukutu. E foram os membros da tribo que produziram alguns dos acessórios utilizados pelas modelos, como os cocares.

A coleção original já pronta era inteiramente composta por trajes nas cores preta e branca, as cores prioritariamente utilizadas nas pinturas corporais e adereços dos índios Krukutu. No entanto, a equipe chegou à conclusão que, como o conceito envolvia levar a cultura brasileira ao exterior, faltava um pouco de cor no desfile e optamos por incluir 5 novos looks no show, 10 dias antes da viagem.

Nossa fornecedora habitual não pode atender meu pedido devido ao prazo curto, então pesquisei por outras empresas no mercado. Pela internet, cheguei a um anúncio de um pessoa chamada Fernando Zhuna que dizia criar estampas exclusivas de acordo com o briefing das marcas e listava nomes de diversas grifes para as quais já havia feito trabalhos.

Entrei em contato, recebi a visita do próprio Sr. Fernando que trouxe algumas amostras de tecido e entreguei a ele cópias de toda pesquisa e referências que trouxe da Aldeira Krukutu. Ele disse que além de criar a estampa eles também produziriam a peça piloto.

Alguns dias depois antes da viagem o Sr. Fernando retorna a minha loja com 5 maiôs que, de acordo com ele, as estampas e os desenhos foram criados exclusivamente para mim inspirados nas referências dos índios Krukutu. O negócio foi fechado e os 5 looks foram incluídos no desfile.

É perceptível que existe uma diferença entre os looks em preto e branco desenvolvidos pelo meu fornecedor habitual e o 5 maiôs vendidos pelo Sr. Fernando. Contudo, acreditávamos que haviam sido produzidas inspiradas na cultura indígena brasileira e, sendo assim, poderiam ser utilizadas para compor o tema.

No entanto, depois do desfile realizado, viríamos a descobrir que as peças adquiridas não eram exclusivas e muito menos originais, eram cópias de uma coleção da BFyne, e as estampas utilizadas eram daishiki, da cultura africana.

Desde então, não conseguimos mais realizar contatos com o Sr. Fernando por seu telefone celular ou por seu email para pedir esclarecimentos.

A atitude do Sr. Fernando ao nos enganar prejudicou não apenas à SU, mas também à BFyne. E, além disso, ofendeu a um povo e sua cultura.

Antes de retornar ao Brasil, Silvia Ulson esteve com o Sr. John Adele, representante da marca BFyne, que foi quem alertou a estilista que aquelas 5 peças que desfilou (exatamente os 5 looks encomendados ao Sr. Fernando no Brasil) eram os mesmos da coleção Sahara, lançado pela BFyne e criados pela estilista nigeriana Buki Ade. E, nós também explicamos a ele como aquelas peças entraram para o desfile da SU.

Depois disso, descobrimos que cópias da coleção Sahara estão sendo vendidas em sites do mundo todo, inclusive no Brasil, e encaminhamos todos estes links ao Sr. John Adele. Assim como ele, também estamos na luta para que tudo seja solucionado e contra a pirataria.

Até tudo isso ser compreendido e pudéssemos nos manifestar, fomos injustamente acusados de termos plagiado os maiôs da BFyne.

Aproveitamos esta oportunidade para assumir que erramos ao adquirir uma peça piloto de uma confecção terceirizada sem pesquisar sua origem. E também nos desculpamos com a BFyne, com a designer Buki Ade, com nossos clientes, amigos e qualquer pessoa que possa ter sido prejudicada pelo nosso erro na escolha desse fornecedor.

Sobre a questão racial, o desfile também foi alvo de crítica pelas modelos serem brancas ou loiras. Neste ponto, é muito importante destacar que todas elas foram escolhidas e colocadas à nossa disposição pela organização do Miami Swim Week. Não houve seleção por parte da estilista exceto por duas modelo brasileiras convidadas, Júlia Pereira e Bruna Maria. Por isso, tais acusações também são injustas e causaram muita tristeza.

Já reportamos o ocorrido às autoridades competentes no Brasil e nos Estados Unidos e estamos à disposição para ajudar no que for preciso para esclarecer o fato à imprensa, às autoridades, aos nossos clientes e também à BFyne.

Com informações do Portal R7.